terça-feira, agosto 22, 2006


Oh my Gosh....

Lindo, imenso, perfeito, sem palavras!
Taj Mahal - Agra
O monumento do amor
Sim! Elas estão assim mesmo.. ficam vagando por aí, soltinhas, caminhando. E ah.. elas comem o lixo nas ruas! São barrigudas, bem gordinhas. São os sacos plásticos, as famosas poly bags, que deixam elas assim. E de vez em quando, param na frente das lojas ou casas e as pessoas batem nelas :( Sagradas só pra comer, né?! E as vacas de Rishikesh são carentes! A Tia Carmem paradinha na rua e uma delas veio se achegaaando, "devagaritu" e pedindo carinho! Pobres criaturas!
Isto é um macaquinho! Bem feliz e contente vagando por aí! Comendo alguma coisa que ele roubou da bolsa de um turista em Rishikesh.

Mera name Thayse he.

E então passou os 5 meses. O tempo que eu achava que era preciso ficar fora de casa pra aprender a viver.
Antes de ir eram 2, depois viraram 6 e no final eu fiz minha própria escolha de passar somente 5.

Jamais imaginei que eu, uma guria de 19 anos, fosse deixar pra trás a minha cidade, minha família e amigos, minha casa confortável e me embrenhar pela vida louca indiana. Mas sim.. eu fiz. De tanta gente eu ouvi coisas ruins... "vai passar fome na Índia?!", "vai comer com a mão?", "vai comer cachorro?", "como que vai tomar banho lá?!"... Bom... eu não passei fome na Índia. Sim, eu comi com a mão - e ai, sorry..ainda como de vez em quando! -. E não, pessoas, eles não comem carne de cachorro, é na China que isso acontece. E táá, eu admito, ás vezes a gente tinha mesmo é que dar uma enforcada no banho!

Por muitas vezes eu tive que brigar por isso.. pq a Índia?! Pq tão longe?! Era tão mais fácil trabalhar na Universal Studios e ter um inglês legal, juntando dólares para bancar os estudos, como todo mundo faz. Sem querer menosprezar esse tipo de viagem, quem sabe um dia eu até venha a fazer isso. Mas porque ser igual, se dá pra ser diferente!? Porque diabos desperdiçar uma oportunidade porque... bem..a Índia é longe?! E me perguntam.. "pq a Índia?!" Bom.. porque me apareceu isso.. Moda na Índia. Quem me mostrou aquele bilhetinho pregado no mural do Campus 8 foi uma colega. E eu me emocionei olhando pra ele pela primeira vez. Como se alguma coisa me dissesse "é, filhota, vai rolar sim!". E daquele dia pra frente MUITA coisa deu errado. Muito encosto apareceu.. Mostrando que era a hora mesmo e eu já não aguentava mais ficar aqui sofrendo e muitas vezes chorando, com crises de "que que eu faço agora da vida?". E quando tava tudo mais ou menos encaminhado tudo melhorou. Conheci pessoas maravilhosas, muita coisa linda aconteceu e mais uma vez era a prova do "Vai mesmo pra lá?!". Sim...eu ia.

Quando eu imaginava que eram 6 meses eu nunca pensei na exatidão do tempo que isso significava. São dias.... mtos dias!!! Apesar de tudo de ruim que eu ouvi antes de ir, isso só me dizia ainda mais PEGA E VAI. Me dava mais força ainda de provar, tanto pra mim, como pra quem me "ajudou moralmente" que eu era capaz.

E deixar tudo para trás foi fácil... porque era muito estranho pensar no tempo que ia ser. Mas eu sabia que tudo ia estar aqui... tudo igual...quando eu chegasse. E todos me diziam "nossa, tu vai mudar muito, vai amadurecer muito". E eu e a Pati, nos nossos dias de filosofia intensa, pensávamos o que diabos as pessoas queriam dizer com isso?! Eu não sei se eu mudei... olha, talvez sim. Ou talvez tenha sido uma evolução, e não mudança.

E nos dias da crise braba, quando dava vontade de jogar tudo pro alto, fazer as malas e gritar um "desisto" a plenos pulmões???! A saudade, um abraço bem apertado, minha cama, meus amigos, as festas de todos os findis, comidinha da mãe?! E foi numa época braba dessas que eu abri minha caixa de entrada... vi lá um email de uma pessoa que também estava fora, tinha ido depois de mim e ia chegar em casa antes ( mundo injusto! heheh ). Nossas histórias de intercâmbio eram praticamente as mesmas, comparadas emocionalmente, sendo que ela estava num mundo altamente evoluído e globalizado...E bem, eu, como todo mundo sabe, estava na Índia ( sem mais! hehe ). No email que eu tinha escrito falando que tava morrendo de saudades de certas pessoas, de coisas que me emocionavam muito e me faziam querer MUUUITO voltar pra casa, ela me respondeu mais ou menos assim : "Calma Thay, é tu quem tá fora. As pessoas estão lá, exatamente iguais. No mesmo endereço." E estavam mesmo. E a partir daquele dia, quando eu estava no limite da paciência e da saudades eu lembrava disso "No mesmo endereço". E a ansiedade de estar de volta passava... ou diminuia...
E de fato, quando eu voltei... Bom.. EU voltei. Eu que tive que me encaixar na rotina de novo, eu que tive que me readaptar. As pessoas... é...as pessoas continuavam aqui. Exatamente iguais... tão iguais, que pareciam ser previsíveis em certas atitudes.

Quando pisei em casa e minha cabeça reviveu momentos... Abri a porta de entrada e dei de cara com um mural improvisado - mas muito cheio de amor - com todas as minhas cartinhas e cartões postais. Fotos que eu tinha mandado por email pra minha família, impressas e penduradinhas. Notícias. O cartaz que minha tia me entregou no aeroporto cheio de fotos antiguééézimas minhas e que eu não pude levar porque não tinha mais espaço na mala e minha família trouxe pra casa.
Minha casa cheirosa, meu quarto com um vaso de gérberas lindas, meu banheiro - BRANCO - limpinho!
E as coisas que vão acontecendo "lembra daquilo...ah, tu não tava mais aqui.." ou "tu viu..ah, mas tu já tinha ido"... São engraçadas!
Por uns dias eu olhava para as coisas esperando que um rato ou um bolo de moscas saísse quando eu encostasse. Verificava a cama em busca de bichos perdidos e via vultos de coisas se mexendo. Era paranóia. Mas eu agora estava em casa, no meu quarto e por 2 segundos eu ficava pensando "ai Jesusinho!! de novo não!" e daí eu lembrava que desde que eu nasci minha mãe nunca teve o costume de criar ratos em casa... e o susto passava.
Nas primeiras semanas tive que me adaptar a TUDO! Incrível como agora entendo e apóio a Luciana Gimenez. Que disse uma vez que errava o português porque passou muito tempo falando inglês. Na época eu achei a pior frase que uma perua poderia ter dito.. Bom, eu agora estava fazendo a mesma coisa. Tive que pedir pra minha mãe levantar da mesa na padaria e pedir mais um cachorrinho quente pra mim porque eu não lembrava como começar uma frase em português sendo que eu tava pensando no "May I ....?" e aquilo não tinha jeito de se ajeitar na minha cabeça no modo Brazilian Portuguese.

E eu agradeço também pelos emails que recebi enquanto tava lá. Abrir a caixa de entrada e saber que não tinha nada dos amigos ( porque, dá licença, né...mas da família tinha uns 15 diários! hehe ) era péssimo elevado na décima potência. E isso me deixava poooor conta. E depois que eu voltei eu me dei conta que isso não existe. Claro que as pessoas lembravam, claro que pensavam em mim, comentavam alguma coisa, ou quando viram a VEJA edição especial Índia?! Quantas frases do tipo "aaah a Thay" devem ter sido faladas?! Ai o ciuminho que eu tiiiinha hehehe

E dia 19 / 08 / 2006 fez um mês que eu voltei. Comemorados com uma ótima Supply Full que eu não aguentei até as 6 da manhã porque estava muuuito fora de forma! Rave não é pra qualquer um.. ainda mais sem meses de treinamento! E fez 1 mês que eu encontro as pessoas e elas me pedem "e aííííí, como foi!?" Como assim!? Como foi!? E eu fico pensando na cara que eu faço. Porque a pergunta vem cheia de espectativa... e eu devolvo ela sei lá, ás vezes pode até parecer desânimo. Mas gente.. eu juro... O que eu respondo depois de um "Como é que foi!?". FOI! Foram 5 meses e se eu tivesse que falar COMO FOI para 5 meses.. eu não sei como faria! Cada coisa, cada dia... Foi... foi... !

Foi barulhento, foi chato, foi calor, foi tenso, foi sujo, foi maravilhoso, foi emocionante, foi um pé no saco, foi suado, foi nojento, foi hinglês, foi chorado, foi divertido, foi apavorante, foi úmido, foi desértico, foi intenso.... FORAM 5 MESES.

E nesse tempo todo eu comemorei meu aníver e agora eu tinha 20 anos. E eu tive muito tempo, desse todo que eu passei por lá, pra pensar na vida. E eu não voltei pra casa pra continuar na mesma, pra fazer tudo que eu sabia que eu fazia errado antes só porque "Bom, eu voltei! Vamos nos acomodar e ficar na mesma!" Não que eu tenha uma revolução separatista guardada na bota. Porééém, nada como ir mudando.. ou como dizem, evoluindo aos poucos. :)

E não pensem que eu enganei vocês, dizendo que postava fotos e esqueci. Muita gente deve ter me amaldiçoado, "cadê as benditas fotos, pessoa?!" Siiim... eu admito que no começo eu não sabia como fazer para colocá-las aqui, depois, eu admito que não tinha tempo pra isso e depois... depois eu me acomodei e aproveitei o tempo que tava em casa pra fazer outras coisas e esqueci de vocês, leitores disso tudo!
Mas elas vem :)

Ah...as pessoas que eu citei acima : Katina, que me mostrou o mural no Campus 8.
E email milagroso : Laura, valeu amiguinha! :)

E tantas outras pessoas que eu passaria a vida citando, mas só coloquei os dois nomes ali em cima porque foram fatos isolados. Meus pais, minha irmã, meus avós, minhas tias e tios, meus primos, meus amigos, conhecidos e " arrozes de festa " que eu só encontrava nos finais de semana.

MUITO OBRIGADA POR TUDO
Namaste

domingo, agosto 20, 2006

Tem...mas acabou!

Nossos últimos dias na Índia.....
16 e 17 de julho foram correria total. A cada pouco nos olhávamos e começávamos com a canção da despedida... uma musiquinha que inventamos, contando os dias e rindo no final.
Idas à Pink City, compras de última hora, passeios super corridos e arrumação de malas. Idas à internet, nervosismo, telefonemas confirmando os horários de embarque e desembarque e isso e aquilo. Esses dois dias passaram tããão na correria... E foi ótimo! Assim eu não tinha tempo de ficar triste por ir embora ou tentar técnicas de segurar o choro cada vez que lembrava que ia rever minha família e meus amigos.

A ida ao aeroporto foi ótima. A família Bordia ( meus chefes ) nos ajudaram com o peso das malas, indo na empresa para checar o peso na balança e nos ofereceram um carro deles, com motorista para que nos levasse até lá. Como não estavam em casa ás 17, a hora que saímos pra o aeroporto, ligaram, pedindo desculpas pela indelicadeza e se colocaram a disposição para qualquer coisa. Pediram que os mantivessemos informados a respeito do nosso paradeiro e assim que chegássemos no Brasil, mandássemos news!
Quase não acreditei que existiam pessoas assim... depois de tudo que eu tinha passado, tanto stress e complicações na Índia... Deus faz mesmo as coisas da melhor maneira possível..e a gente ainda reclama :)

Chegamos ao aeroporto de Jaipur e a viagem foi tranquila até Mumbai.
De novo, estávamos ali naquele aeroporto... alguns dias atrás nos lamuriávamos por estar embarcando ali e nem era pra casa. E então...esse dia tinha chego! Sim, estávamos ali de novo, mas ..DESSA VEZ, indo pra casa! Trocamos de terminal em Mumbai..do doméstico pro internacional... espera o ônibus, carrega as malas no ônibus, anda uns 30 mins até o outro terminal, desce do ônibus, descarrega as malas e tenta entrar no aeroporto. Parecia que aquela hora era o maior pico de todos os tempos! Muuuitos indianos com carrinhos de malas, se dando tchau exatamente NA PORTA do terminal, batendo com os carrinhos nas nossas panturrilhas e fazendo de conta que nem nos encostaram, quando, na verdade, já era a quinta vez que sentíamos aquele troço nos batendo e nossas pernas começavam a amortecer e ficarem roxas.
Um idioma familiar chegou aos nossos ouvidos e logo nos demos conta que a voz era um pouco grossa pra ser de uma de nós. Viramos para trás, naquele caos...e achamos dois brasileiros! A felicidade é tanta que logo surge um :
- "BRASILEIROS?!"
- "Sim... vc's tb!!!! Indo embora ou chegando!?"
- "Não.. não..não não.. indo embora!"
- " É, é melhor ir embora mesmo! Que confusão! "

No balcão da Swiss fomos muito mal atendidas e armamos a maior confusão com uma funcionária super mal educada que não foi capaz de nos esclarecer dúvidas a respeito das nossas malas e vôos. Bem feito.. ouviu mto de nós!
As 3 horas que íamos passar ali no aeroporto esperando o vôo para Zurique se resumiu a 15 minutos que usamos para ir ao banheiro e comprar um refri. Porque depois de toda aquela zona na Swiss nem vimos que quase era hora do embarque.
Foram 11 horas até Zurique, na Suíça. Passamos a maior parte do vôo dormindo e na hora da refeição minha irmã preferiu nem ter aberto os olhos. Carneiro ... essa era a NON - VEG . Que péssimo. Tudo ainda apimentado e cheirando a Índia. ehehehe Estávamos vendo estrelas já!
Chegamos em Zurique ás 6 da manhã, hora local, e nosso vôo era só as 22. Iriamos passar o dia ali... no aeroporto.
Fomos reconfirmar nossos vôos na hora que abriu os balcões e nos disseram que sim.. iríamos para São Paulo. Mas para Porto Alegre...ninguém saberia! Afinal, nosso vôo... DA VARIG estava incerto até então!
Nosso ódio pela Swiss indiana se transformou num amor profundo pela Swiss suíça ( hein!? ).
Uma funcionária do balcão de atendimento nos ajudou a reconfirmar nossos vôos para Porto Alegre, esperando a hora certa de ligar pro Brasil por causa do fuso e marcando novos lugares em todos os vôos de Sampa pra Poa que ela achou no sistema. Um assunto que não era dela, uma companhia que nem era a dela, e nós ali.... perplexas! Ela tinha ligado pro Brasil... por nossa causa! Quis mto abraçar essa pessoa até diminuir a cintura dela uns 12 cm! Que pessoa iluminada!
Tínhamos feito henna nas mãos dia 17, em Jaipur, e era visível nossa estadia na Índia pela pintura imensa nas mãos. Ela, quando viu aquilo, puxou assunto, perguntando até se tínhamos casado por lá! heheh Se compadeceu pela nossa cara de tristeza quando nosso vôo da Varig tinha sido cancelado e nossas caras de cansadas e resolveu fazer todo aquele trabalhão.. por nós! Valeu Swiss!
Resolvemos dar uma banda pelo aeroporto. As lojinhas ainda não estavam abertas e resolvemos sentar um pouco... caimos no sono ali mesmo, no meio do nada, super podres. As pessoas passavam, nos olhavam e nenhuma das duas estava se importando. At all! Toda a elegância dos suíços e nós ali...atiradas nas poltronas na frente das lojinhas.

Resolvemos voltar no balcão da funcionária iluminada ( afinal, ela pediu que voltássemos ) e nos ajudou um pouquinho mais.. Como se ainda fosse preciso! Agradecemos todo aquele super trabalho e nos despedimos daquela que deveria ganhar o quadrinho de funcionária do mês.
Ficamos vagando pelo aeroporto por mto tempo, cochilando aqui e acolá, testando o conforto das várias poltronas espalhadas por lá. Lojinhas, lojinhas, lojinhas. Nem compramos nada.
E então resolvemos comer alguma coisa. Parei na frente do Mc Donald's e senti uma pontada de alguma coisa que eu nem sabia o que era. E demos mais uma voltinha na praça de alimentação e me dei conta.... eu poderia escolher entre comer massa, pizza, peixe, café e pão.. tudo o que eu tinha comido na Índia por 5 meses... E CARNE DE GADO.Que eu não comia "hacien tiempos" e que estava ali...agora, na minha frente! Mc...ás vezes te amo tanto!!! E pedi... um cheese burguer... e comi carne de gado. Foi uma sensação maraaaaaviiiilhooooosa que eu não lembrava mais! E não venham me dizer que é exagero. Afinal, eu sou GAÚCHA, né?!

Passamos o dia enchendo as caixinhas de 5 francos para usar a internet. Fazendo contato com a família e com a nossa agente de viagens aqui em Caxias, resolvendo como chegar até Porto Alegre, através da Tam, Varig, Gol,.. o que tivesse. Com certeza gastamos uma boa parte do nosso dinheiro na internet... heheheh experimentando os diversos computadores espalhados por lá...e até um cyberzinho com bolas transparentes como cadeiras. Mto lindo. As pessoas que eu encontrava no msn, agora com menos diferença no fuso, só me perguntavam que hora eu chegava. E, infelizmente, eu não sabia dizer... tudo dependia do bendito vôo que tínhamos que ver se saia ou não pra Poa.
Fomos para a sala de embarque perto das 20 e lá ficamos..
E um senhor, de boina preta, sobretudo, ficava rondando, olhando... Sim, já tínhamos o antídoto para isso : morar na Índia. Mas tanto tempo fora...eu não sabia que no restante do mundo as pessoas faziam isso tb! Ele estava nos irritando. Sentou a uma poltrona de distância, na sala de espera, e ali ficou. E então ele puxou assunto... Falava calminho, bem devagar, com um sotaque bem estranho - em português - . Viu a henna nas mãos, viu que estávamos indo para São Paulo e ficou abismado. Ele conversou bastante, perguntou sobre a Índia..falou, falou. E nisso, chegou a Pati.
Subindo a escadinha rolante, atravessando os portões de embarque... Veio ela. Fui até a metade do caminho para abraçar a menina e uma emoção tomou conta das duas e depois das três. Estávamos ali reunidas de novo, na sala de embarque de Zurique..... e quem diria.. voltando para o Brasil! Tínhamos trocado nosso vôo ainda em Delhi, há eras atrás para voltarmos antes pra casa e por acaso conseguimos o mesmo vôo. Sabíamos que ela estaria com a gente nesse avião, mas Deus.. como ela custou a chegar! Achamos que ela tinha se perdido por lá! hehe

E então o amiguinho saiu dali e deixou a gente conversando, colocando as news em dia. E olha que foram bastante! Dias depois, já em casa, sabendo dos conflitos do Líbano e vendo uma entrevista com um libanês em São Paulo, me dei conta que ele tinha fortes chances de ser um deles. Fugindo da guerra e indo para o Brasil. O sotaque era exatamente o mesmo...

Nossas poltronas eram super perto. Eu e minha irmã do lado direito do corredor e a Pati no meio, do nosso lado, na fila da frente. Logo que entrei no avião com a minha camisetinha made in Mc Leod Ganj uma aeromoça brasileira olhou pra mim, pra frase estampada no peito e sorriu, repetindo.. Tashi Delek, criamos ali uma amizade de algumas horas...O vôo de 18 horas incrivelmente passou rápido demais. Acordávamos só na hora das refeições e como se contivesse sonífero em tudo - até no ar - capotávamos para o lado de novo. Acordamos com o dia nascendo já. Estávamos chegando no Brasil... estávamos de volta ao Brasil... Brasil.
Pela janelinha eu olhava pra fora e mal pudia acreditar.
Aquilo tudo que deixei pra trás dia 06 de fevereiro eu estava revendo de novo... 19 de julho.
A descida em São Paulo foi corrida. Catamos nossas malas e um nervosismo imenso se espalhava em nós três. Que horas seria nosso vôo?!! Se ainda tivesse vôo.....

Quando chegamos no saguão, procuramos na tv nosso vôo. Ele estava lá... confirmado! Fomos ao balcão e aí nosso mundo caiu. Ele tinha sido cancelado e não tiraram do monitor. Nossa única esperança era o balcão da Varig. Enquanto minha irmã estava lá, a Pati foi no da Swiss e eu cuidei das zilhões de malas. Só eu e minha irmã tínhamos 4 mais as bagagens de mão! hehe
A funcionária da Swiss "explicou" pra Pati que ter um ticket não significaria que iríamos voar. ( !!!!!! ) Pq diabos se faz uma reserva e se imprime um ticket de vôo então!? Fiquei pensando se depois que eu saí do Brasil mudou tanta coisa assim.

No final das contas fomos pro escritório da Swiss - pq foi nos informado que como eles nos trouxeram ao Brasil e não tínhamos mais a Varig se responsabilizando por nós , teríamos que depender da Swiss - . Fiquei, claro, cuidando das malas e a Pati e a minha irmã entraram lá. Minha curiosidade era tanta e tava demorando um pouquinho demais e eu enfiei a cabeça pra dentro da sala e fiquei ouvindo junto. Final das contas : tínhamos 3 vôos da Tam que sairiam de Sampa pra Poa no tempo de 3 horas. Saímos correndo pro balcão, e colocamos nosso nome na lista de espera pro que sairia ás 7:50 porque o das 6:50 já não dava mais tempo e o outro, o mais tarde ainda sairia de Congonhas e teríamos que trocar de aeroporto. Minha irmã entrou na fila para colocar nossos nomes na lista e esperamos, eu e a Pati, com o coração aos pulos. A quantidade de gente era grande, esperando para voar de alguma coisa pra algum lugar. Mas naquele dia ainda..sem mtas complicações. A funcionária da Varig, de pouco em pouco, avisava, em voz alta, os próximos vôos que sairiam e as cidades e 5 minutos depois, já avisava os próximos. Quem estivesse ali, na hora exata embarcava. E foi o que fizemos... ficamos ali e quando nosso vôo foi anunciado, corremos pro balcão. Na nossa frente tinha 3 pessoas na lista de espera.. por sorte - a nossa , claro! - elas não estavam ali e nós três... Patrícia Cuozzo, Caroline e Thayse Dal Ponte foram chamadas. Nossos olhos se encheram de lágrimas... Estávamos voltando para casa!
Saí correndo catando um telefone para ligar pra casa e avisar meus pais que tinham cancelado o almoço de boas - vindas na minha tia que mora em poa por falta de informações exatas sobre o horário da nossa chegada. Demorei horas para entender como se fazia a tal da ligação á cobrar de um telefone público! A Índia tinha me facilitado as ligações nesse aspecto. O embarque era imediato e quase nos perdemos no aeroporto por causa da função de ligar pra casa.
Já estávamos dentro do avião... indo pra casa. Lá embaixo, aquilo tudo que eu sentia falta...
Chegamos em Porto Alegre ás 9:30 da manhã de 19 de julho de 2006.
Catamos nossas malas na esteira, morrendo de medo que faltasse alguma. Mas não...estavam todas lá, quase sorrindo pra nós... Do tipo "hey, tb cheguei!"
Não conseguíamos enxergar nossa família pelo vidro. Milhões de pessoas com faixas e balões e aos gritos esperavam mais gente lá fora. E nada da nossa família. Fui perto do vidro, tentando tapar o reflexo com a mão...e lá vi eles. Olhando pra um lugar em que a gente não estava... cara de preocupados e atentos. O casal mais bonitinho que eu conheço e que eu morria de saudades estava ali...de bracinho dado nos esperando. Abanei, abanei... E então as duas cabecinhas se viraram pra minha direção. Meus pais!
Vieram pra perto do vidro e naquela ceninha de novela as mãozinhas se encontraram no vidro, os dois do lado de fora e eu por dentro. Chorei.....

Carregamos as malas no carrinho e saímos porta afora. Abracei meus pais e chorei.
Dei tchau pra Pati e fomos pro almoço feito ás pressas na casa da minha tia.
Que saudades de todo mundo !

segunda-feira, agosto 07, 2006

Jaipur

15/07
Acordamos ás 6:30 da manhã e descemos pro check - out . O café começava só as 7 e mesmo assim conseguimos comer algumas torradas, o chai clássico e sucrilhos.
Precisávamos pegar o ônibus ás 8 e catamos um rickshaw desesperadamente na rua. Aquela hora da manhã foi praticamente impossível. Os táxis na frente do hotel achavam que éramos otárias e aceitaríamos pagar as 200 rúpias pra andar 20 minutos, no máximo, até a Bikaner House ( de onde partem os ônibus para Jaipur e mais ou menos para todo o Rajastão ). Enfim apareceu um rickshaw... por 60 rupias estávamos indo pra bus stand tranquilamente.
Foram 5 horas e meia de ônibus até Jaipur, com uma criança insuportável chorando e aprendendo as primeiras palavrinhas no ônibus! Que mágico, não!?
Tivemos que ir de ônibus porque estávamos com medo dos trens... Não importava se as explosões tinham sido em Mumbai. Já estive em Delhi e já tinha visto outras explosões ali...e não me importava passar 5 horas e 30 num ônibus. Era mais seguro.

Chegamos em Jaipur ás 13:30. Eu já nem sabia mais o que se passava dentro de mim. Uma irritação enorme por não ter conseguido dormir direito com aquele diabo de criança choramingando e por saber que logo desceria do conforto do ônibus com a/c pro caos da rua. E a coisa que mais me tirava do sério era saber que eu estava voltando pra Jaipur. Era um incômodo tão grande...como estar voltando pro começo, pro início...e ter que passar por tudo que eu já tinha passado.. de novo! Como, naquela hora, eu odiaaaaava Jaipur com todas as minhas forças!
Tudo bem....respira, inspira, expira, ooooommmmmm!!! Assim que te insinaram na yôga!

Pegamos um rickshaw pra casa do meu ex-chefe. Ficaríamos hospedadas lá até segunda - feira, quando estaríamos deixando a Índia de vez. Eu sabia exatamente o caminho... era perto do escritório que eu tinha ido umas 2 ou 3 vezes, mas ainda assim, eu sabia o caminho. Mas ele não acreditava em mim...e se perdeu.. Várias vezes!
Paramos então no escritório e o Manish, que eu vi na vida 3 vezes e uma delas foi pq ele me viu na rua ( credo! ) veio me dar oi. Cheio de conversinhas e eu só pedindo favores! "Desce lá e explica onde é a casa do Apurv pro motora, que tu fala hindi ! "
Sim, ele desceu e ele explicou... E sim...o motora se perdeu. Acabei guiando essa pessoa .. e acabamos chegando lá. Eu fico feliz com as barreiras territoriais rompidas ás vezes... Ele entendeu a palavra BURRO ( pq foram ditas tantas vezes ). Era a única pessoa de sangue indiano que eu conhecia que sabia onde ficava o Brasil e mais : falou mil nomes de cidades que acho que eu nem conhecia!!!! É, ele sabia português! As bizarrices na Índia são tantas... tantas! Quase nem acredito em cada uma delas...

Chegamos na casa do meu ex - chefe e a mãe dele, a minha tb ex - chefe nos recebeu. Super querida, nos ajudou a nos instalarmos, ofereceu chá, café e o que mais tivesse ali. Olhei praquele quarto e um deja vu me ocorreu. Eu tinha estado ali, há mttttooos tempos atrás, escondida, com vários outros trainees numa festinha oferecida pelo meu ex - chefe quando os pais dele não estavam em casa. Aquele quarto, que é fora da casa, de frente pro jardim tinha nos "oferecido" seu banheiro, depois de muitas cubinhas e risadas... bêbado falando inglês era foda. Naquela noite eu conheci uma das minhas melhores amigas na Índia.. A Gabi, brasileira também!

Jogamos nossas coisas lá no quarto e saímos de novo, pra Jet Airways de Jaipuir, checar nossas reservas de segunda - feira. Tudo certo... almocinho na Pizza Hut. O garçom achou que era nosso amigo e veio elogiando o pingente de Shiva que eu carregava no pescoço. "Ah...Lord Shiva!" Vai se catar e traz a minha pizza!!!
Quando vimos a conta... um recadinho do tipo "adorei servir vocês" estampava nosso recibo. Ai Deus...! E a caneta que ele mandou junto...esperando uma resposta. Pra matar, né?! Ninguém sorriu pra ele uma só vez, ou sequer insinuou alguma coisa. Fomos, mto pelo contrário, super grossas. Falando o mínimo possível. E AINDA ASSIM ele achou que era bonito e simpático o suficiente pra nos mandar recadinho. Viemos pela pizza filhinho, não por você!

Saímos em direção á Pink City. Meu nervosismo aumentou consideravelmente. Eu sabia que ia ser um stress do cão, mas as compras de última hora falavam - GRITAVAM - dentro de nós.

Ficamos pouco tempo lá... só umas comprinhas básicas.
Ligamos pra casa de um butequinho e compramos coca e lays pra nossa janta.
Dormimos com o barulhinho do a/c.

Delhi ( sim, de novo! ) parte II

14/07
Cafézinho no YWCA...
Depois fomos pro cyber do hotel e minha irmã foi ver quais as fotos que já tínhamos gravado no cd, para apagarmos outras da máquina, que já dizia CARD FULL!
E não é que o cd trancou no driver?! E não abria mais?! Batemos, apertamos, quase chutamos o troço ali e nada... Pronto! Tínhamos perdido todas as nossas fotos do cd e agora já eras.....
O amiguinho que trabalhava ali no hotel viu a cena e se achegou com uma chave de fenda... "não, não...isso nunca aconteceu!" Sim, nós sabemos...as azaradas somos nós.. Sempre soubemos disso! Mas não precisava acontecer isso com as nossas, fotos... NÉÉÉÉ?!
O desespero era imenso... E do nada o cara deu uma levantadinha no cpu e aquela portinha se abriu... Literalmente..A PORTA DA ESPERANÇA! Nosso cd saiu lá de dentro e acho que nós todos ( inclusive o cd! ) nos olhamos com cara de Obrigada Senhor!

Fomos pro Tibetian Market. Um mercadinho só de tibetanos, em plena Delhi. Compramos tudo que não tinha dado tempo em Mc Leod Ganj ali... pq era tudo mto igual!!! Os tibetanos são meio duros na queda na arte da barganha...mas os 5 meses de Índia tinham me feito bem ( nesse aspecto! ) e as comprinhas renderam mais que o esperado!
Pegamos um rickshaw pro Bahai Temple ( Lotus Temple ). É uma flor de lótus gigantesca, com 9 piscinas artificiais ao redor. Simboliza a união das religiões, contruída pela seita Bahai. Lembrei a última vez que tinha tentado ir lá, com as gurias, no findi do meu aníver ..insuportável, lotado... DOMINGO!
Esse dia era uma sexta e foi tranquilão... conseguimos entrar, sem filas. Uma branca, de kurta ( roupa típica indiana ) dava as recomendações antes que as pessoas entrassem no templo. Sentamos, eu e minha irmã, num dos primeiros bancos que vimos..bem perto da porta que tínhamos acabado de entrar. Todo de mármore grego por fora e cheio de bancos de madeira com assentos de mármore branco tb por dentro. Sentamos ali, e ficamos.. "sentindo a vibe...". Resolvemos trocar umas palavras, sussurrando, entre nós. Dois minutos depois veio a branquela.. se achando A guardinha do templo, nos mandando fazer silêncio. Olhei pra ela e um "vai a merda" apareceu, piscando, na minha testa quando olhei pra ela. Ora, vai se catar! Vai cuidar dos indianos que não sabem ficar quietos nem por 2 segundos e vê se me erra, pessoa!
Saímos dali então e fomos dar umas voltas, mas a pedra quente ( estávamos sem chinelos ) impediu que o passeio fosse mais longo. Encontramos vários turistas branquinhos e como sempre a troca de sorrisos era mágica! Como são simpáticas essas pessoas que estão no mesmo inferno que nós! hehehe

Resolvemos ir almoçar e o gostinho do Subway não comido na noite passada ainda estava atormentando as nossas glândulas salivares ( hein!? ). Pedimos então pro rickshaw nos levar até lá... Rezamos, o caminho todo, para que o acidente da noite passada não ter sido no Subway e sim ali pertinho e que hj, estivesse tudo funcionando normal.. Inclusive, o nosso querido sanduiche de atum, poderia estar por lá, são e salvo e não carbonizado...!
Descemos do rickshaw. Se não fosse Subway, ia ser alguma outra coisa ali por perto. E então, aquele luminoso de OPEN vermelho estava aceso na porta. Parecíamos duas crianças achando a mina de ouro! A saga do Subway queimado terminava ali! Ficamos olhando, ainda da rua para todos os lados, tentando descobrir o que diabos tinha acontecido a noite passada. Se era bomba, atentado, churrasquinho queimando ou what...?
Um indiano veio vindo.. se aproximando e notou a curiosidade das brancas olhando pra cima, pro lado... Já que estava perto... fui perguntar o que que tinha dado ali. Ele respondeu, simpático até, dizendo que era um incêndio, no andar de cima do Coffe Day ( do lado do Subway ) e que não tinha acontecido mais nada. Nossos olhos brilharam...Não tinha acontecido nada ( com o nosso atum do Subway! ) hehehehe E então eu agradeci e fomos rumando ao Subway.. E o cara me solta uma que ele podeira ter guardado, eu agradeceria...
Terminou a frase e disse um "né, seguidora de Dalai Lama". HEIN!? Quando me dei conta que usava como colar aquele "terço" budista de madeira.... Filhinho.. dispenso comentários!

Almoçamos e voltamos pro hotel. Tava um super calor e só queríamos ir pro Mercado Negro mais tarde... mas o sol torraria nossos miolos naquela tarde de compras sem fim. Ligamos nosso a/c no quarto e ficamos ali, arrumando nossas mochilas, vendo tv e descansando. Saímos então, no final da tarde pro Mercado Negro. Chamo assim, carinhosamente, o Sarojini Nagar Market. Um super mercadão a céu aberto com tudo. Uma 25 indiana, com muitas roupas western. Carregamentos de roupas falhadas, mal bordadas e tortinhas que são vendidas na rua, assim... Billabong, Roxy, Zara, Mango, DKNY e até, acreditem Clock House ( by C&A ) hehehe. É uma festa.. mta roupa linda ( tem que dar uma checada né... ) por preço de banana ( em reias, claro! ) . E tu vê de tudo.. homens bem e mal vestidos, peruas indianas de salto alto e óculos CK, brancos turistas... Tudo! É uma diversão e um teste "o quanto eu sei barganhar!"
Gastamos os tubos em roupinhas uper fofas e voltamos pro hotel antes que não tivessemos mais míseras 20 rúpias pro rickshaw!

quinta-feira, agosto 03, 2006

Delhi ( sim, de novo! )

13/07
Apesar de mortas de cansaço, acordamos super cedo - 6:00 - e mais tarde fomos descobrir que não eram 6 e sim 5. O relógio estava errado!
Arrumamos nossas coisas e saímos para o aeroporto. Nossa reserva, feita com muito esforço por mim, pelo telefone estava lá correta e voamos de Trivandrum para Mumbai . Saímos as 13:45 e chegamos ás 16:00. Novamente entramos no vôo para Delhi ás 16:45 e chegamos ás 19:15. De novo estávamos em Delhi, procurando o YWCA pra dormir aquelas 2 noites..as últimas antes de voltar para Jaipur. Nosso rickshaw se perdeu tantas vezes que achávamos que o lugar havia desaparecido mesmo! Ou era fruto de nossa imaginação! Talvez fosse mesmo... a/c, café da manhã, carregadores de malas e banheiros com aqueles avisos de DESINFECTED. Era mesmo um sonho...! Pq diabos demorou tanto pra acharmos de novo aquele lugar!?
Passamos o trajeto todo comentando da nossa fome gigantesca e nossa vontade de ir ao Subway, comer o melhor sanduiche de atum ever!!! TUNA PARA TODOS! É tão booom.. tão booom! Largamos nossas coisas no quarto ( ou os carregadores que fizeram isso por nós?! ) e pegamos outro rickshaw que nos levasse ao Connaught Place. O centro redondo com blocos ordenados por letras super famosinho, cheio de lojas, cafés e restaurantezinhos badalados. O centro da fast - food com uns 2 Mc, Subway, KFC e afins por metro quadrado ( nossa...exagerei! ) .
O caso é que nunca sabemos exatamente ooonde é... e ficamos sempre dando volta e botando a culpa nos rickshaws! Mas aquele dia sabíamos tão bem que quando chegamos lá, não vimos a placa... Nem do Subway, nem do Café Coffe Day que tinha do lado...nem...nem...NADA!
Uma super mega população se acotovelava ali na frente. Uma nuvem de fumaça tomava conta de quase todo o bloco e nossos corações pararam de bater por alguns minutos! Tínhamos acabado de saber dos atentados em Mumbai e não era possível eles terem mudado o alvo pra Delhi justamente porque..porque...ESTÁVAMOS ALI, POMBAS! A história de bomba me passou despercebida porque eram restaurantes e não um alvo grande ou populoso... como... a estação do metrô.. que para o meu pré-infarto bastou olhar pro lado e lá estava a plaquinha. A estação do metrô era na frente do Subway! Gelei... e minha irmã já estava com falta de ar há horas!!!
Pedi então pro rickshaw sair dali... E ele me olhou com cara de "agora que eu achei a droga de Subway que vc's queriam, quer que eu saia?!" Mas eu tive a nítida impressão que ele nem se tocou do que estava acontecendo. E eu, de novo, falei pra ele sair dali e ir pro primeiro McDonald's que achasse na frente! Além de ser um lugar super fácil de achar e ele não precisaria dar mil voltas , era mais um motivo pra sair dali, aquele lugar todo esfumaçado e nem sabíamos do que que era aquela zona toda!
E de novo, ele me olhou.. dessa vez pensando algo do tipo "branca gorda capitalista!" Eu juro que falei Mc Donalds pq era fácil! Pq a essas alturas a fome já tinha passado há horas!!
Fomos então pro Mc... uma mesa de brancos se virou pra olhar aquelas gurias entrando mais brancas do que o normal no restaurante quase na hora que tava fechando. Comemos alguma coisa que nem lembro e que não caiu legal com o nervosismo do momento.
Catamos outro rickshaw e mais umas 2 horas pra achar o hotel...sim..aquele que a gente adorava, mas que teimava em se esconder nas altas horas da noite ( 23:00 ) quando a gente mais precisava chegar nele!