quarta-feira, novembro 29, 2006

Oi Gente!
Pra não deixar mal explicado ou criar confusões, porque sempre recebo emails ou scraps no orkut do pessoal. Então : Eu estou de volta ao Brasil desde Julho. Por isso o blog anda "desatualizado" . ou seja... Não escrevo mais porque não tenho mais aventuras indianas para contar aqui... Sinto falta, claro, adorava escrever e manter o blog com histórias assim. Mas como estou de volta, o blog ficou assim... Acabado :)

Beijos...
Thayse

segunda-feira, setembro 18, 2006

Paixão Índia - Javier Moro

Gente... um último comentário :
Tem um livro BÁRBARO em letras garrafais nas livrarias ( geralmente nas vitrines, já que é lançamento! ) : Paixão Índia - Javier Moro ( Editora Planeta ) . É a história da Princesa de Kapurthala ( uma cidade ao norte na Índia ). O livro fala sobre o rajá dessa cidade que se apaixona por uma menina espanhola de 17 anos e leva ela pra Índia.
Ainda estou no meio do livro, ou quase lá.. mas é óóóóótimo! Muito bom mesmo! E mais... fotos! Muito bom..
Só pra responder - um pouco tarde - mas, com as palavras certas, para uma pessoa que há algum tempo fez questão de vir postar aqui, dizendo que tinha lido todo o blog e me repreendendo porque eu escrevia "os brancos" quando me referia a todos que não eram indianos.
O próprio livro cita : "Os marajás achavam que possuir uma mulher branca era símbolo de grande luxo e exótico esplendor" ( ponto final ) !!!
Isso em 1907.. e acredite... em 2006, a Índia funciona exatamente igual!!!
Por isso não critique antes de saber a verdade, a história real das coisas, os sentimentos das pessoas e o momento / situação colocados!
:)

super beijos

domingo, setembro 03, 2006



Já diziam os grandes entendedores de moda : "A moda passa, o estilo fica!"

Ou a chamada do GNT Fashion com Lilian Pacce : "A moda muda. Acompanhe."

Ou.. ou.. ui, várias citações! Mas acho que nada disso chega no continente asiático! Minto.. na Índia.. minto ! Na casa desse ser! Tá certo que uma das tendências fortíssimas vistas no SPFW pro verão 2007 é o mix de estampas! Mas, como diríamos nós, os "da moda" o amigo ali está "queimando uma estação!" hehehe Gente, olha isso! A super combinação dos rosas e mais.. a meia preta?! Seria uma meia calça?! Seria um bronze a jato somente nas pernas?! Seria.. seria.. o que diabos seria isso?! hehehe

P.S. : Nada contra o uso do rosa! Acho o máximo quem não liga pras cores de menino e as cores de menina e usa tudo com o maior estilo e atitude!

Mas, convenhamos : essa foto tá demais!!!


Cirque du Soleil!?
Que nada filhota, deixa de ser brega! Isso sim é show circense!
Não dou 10 anos para a menina... mas o talento ela tem! Ela só não tem recursos... e rede de proteção! Se caísse : já era!
E a mãe dela, sentada no chão, revezava as tarefas : tocando tambor nas horas de maior adrenalina na corda bamba e amamentava o bebê de colo!!
Mercado da Sexta, Mapusa - Goa .

Caótico!? Poluição visual!? Barulho ?! Calor?!
Poco... bem pouco!!!! Cyclerickshaw e bem na extrema esquerda um autorickshaw canarinho! ( os de Delhi eram verde e amarelo! um pouco de Brazil, Samba, Caipirinha, Carnaval e Ronaldinho para todos! )
E viva o trânsito indiano...
Super promoção de oferendas! Kit pequeno com flores, incenso e vela ... bagatela! Dê esse presente para o seu deus ou deusa preferido!!! Na beirada do Ganges, em plena Rishikesh você encontra o Oferenda e o Oferenda Combo ( veja a cestinha ao fundo! ) hehehehe Coisa de indiano mesmo...!!!

terça-feira, agosto 22, 2006


Oh my Gosh....

Lindo, imenso, perfeito, sem palavras!
Taj Mahal - Agra
O monumento do amor
Sim! Elas estão assim mesmo.. ficam vagando por aí, soltinhas, caminhando. E ah.. elas comem o lixo nas ruas! São barrigudas, bem gordinhas. São os sacos plásticos, as famosas poly bags, que deixam elas assim. E de vez em quando, param na frente das lojas ou casas e as pessoas batem nelas :( Sagradas só pra comer, né?! E as vacas de Rishikesh são carentes! A Tia Carmem paradinha na rua e uma delas veio se achegaaando, "devagaritu" e pedindo carinho! Pobres criaturas!
Isto é um macaquinho! Bem feliz e contente vagando por aí! Comendo alguma coisa que ele roubou da bolsa de um turista em Rishikesh.

Mera name Thayse he.

E então passou os 5 meses. O tempo que eu achava que era preciso ficar fora de casa pra aprender a viver.
Antes de ir eram 2, depois viraram 6 e no final eu fiz minha própria escolha de passar somente 5.

Jamais imaginei que eu, uma guria de 19 anos, fosse deixar pra trás a minha cidade, minha família e amigos, minha casa confortável e me embrenhar pela vida louca indiana. Mas sim.. eu fiz. De tanta gente eu ouvi coisas ruins... "vai passar fome na Índia?!", "vai comer com a mão?", "vai comer cachorro?", "como que vai tomar banho lá?!"... Bom... eu não passei fome na Índia. Sim, eu comi com a mão - e ai, sorry..ainda como de vez em quando! -. E não, pessoas, eles não comem carne de cachorro, é na China que isso acontece. E táá, eu admito, ás vezes a gente tinha mesmo é que dar uma enforcada no banho!

Por muitas vezes eu tive que brigar por isso.. pq a Índia?! Pq tão longe?! Era tão mais fácil trabalhar na Universal Studios e ter um inglês legal, juntando dólares para bancar os estudos, como todo mundo faz. Sem querer menosprezar esse tipo de viagem, quem sabe um dia eu até venha a fazer isso. Mas porque ser igual, se dá pra ser diferente!? Porque diabos desperdiçar uma oportunidade porque... bem..a Índia é longe?! E me perguntam.. "pq a Índia?!" Bom.. porque me apareceu isso.. Moda na Índia. Quem me mostrou aquele bilhetinho pregado no mural do Campus 8 foi uma colega. E eu me emocionei olhando pra ele pela primeira vez. Como se alguma coisa me dissesse "é, filhota, vai rolar sim!". E daquele dia pra frente MUITA coisa deu errado. Muito encosto apareceu.. Mostrando que era a hora mesmo e eu já não aguentava mais ficar aqui sofrendo e muitas vezes chorando, com crises de "que que eu faço agora da vida?". E quando tava tudo mais ou menos encaminhado tudo melhorou. Conheci pessoas maravilhosas, muita coisa linda aconteceu e mais uma vez era a prova do "Vai mesmo pra lá?!". Sim...eu ia.

Quando eu imaginava que eram 6 meses eu nunca pensei na exatidão do tempo que isso significava. São dias.... mtos dias!!! Apesar de tudo de ruim que eu ouvi antes de ir, isso só me dizia ainda mais PEGA E VAI. Me dava mais força ainda de provar, tanto pra mim, como pra quem me "ajudou moralmente" que eu era capaz.

E deixar tudo para trás foi fácil... porque era muito estranho pensar no tempo que ia ser. Mas eu sabia que tudo ia estar aqui... tudo igual...quando eu chegasse. E todos me diziam "nossa, tu vai mudar muito, vai amadurecer muito". E eu e a Pati, nos nossos dias de filosofia intensa, pensávamos o que diabos as pessoas queriam dizer com isso?! Eu não sei se eu mudei... olha, talvez sim. Ou talvez tenha sido uma evolução, e não mudança.

E nos dias da crise braba, quando dava vontade de jogar tudo pro alto, fazer as malas e gritar um "desisto" a plenos pulmões???! A saudade, um abraço bem apertado, minha cama, meus amigos, as festas de todos os findis, comidinha da mãe?! E foi numa época braba dessas que eu abri minha caixa de entrada... vi lá um email de uma pessoa que também estava fora, tinha ido depois de mim e ia chegar em casa antes ( mundo injusto! heheh ). Nossas histórias de intercâmbio eram praticamente as mesmas, comparadas emocionalmente, sendo que ela estava num mundo altamente evoluído e globalizado...E bem, eu, como todo mundo sabe, estava na Índia ( sem mais! hehe ). No email que eu tinha escrito falando que tava morrendo de saudades de certas pessoas, de coisas que me emocionavam muito e me faziam querer MUUUITO voltar pra casa, ela me respondeu mais ou menos assim : "Calma Thay, é tu quem tá fora. As pessoas estão lá, exatamente iguais. No mesmo endereço." E estavam mesmo. E a partir daquele dia, quando eu estava no limite da paciência e da saudades eu lembrava disso "No mesmo endereço". E a ansiedade de estar de volta passava... ou diminuia...
E de fato, quando eu voltei... Bom.. EU voltei. Eu que tive que me encaixar na rotina de novo, eu que tive que me readaptar. As pessoas... é...as pessoas continuavam aqui. Exatamente iguais... tão iguais, que pareciam ser previsíveis em certas atitudes.

Quando pisei em casa e minha cabeça reviveu momentos... Abri a porta de entrada e dei de cara com um mural improvisado - mas muito cheio de amor - com todas as minhas cartinhas e cartões postais. Fotos que eu tinha mandado por email pra minha família, impressas e penduradinhas. Notícias. O cartaz que minha tia me entregou no aeroporto cheio de fotos antiguééézimas minhas e que eu não pude levar porque não tinha mais espaço na mala e minha família trouxe pra casa.
Minha casa cheirosa, meu quarto com um vaso de gérberas lindas, meu banheiro - BRANCO - limpinho!
E as coisas que vão acontecendo "lembra daquilo...ah, tu não tava mais aqui.." ou "tu viu..ah, mas tu já tinha ido"... São engraçadas!
Por uns dias eu olhava para as coisas esperando que um rato ou um bolo de moscas saísse quando eu encostasse. Verificava a cama em busca de bichos perdidos e via vultos de coisas se mexendo. Era paranóia. Mas eu agora estava em casa, no meu quarto e por 2 segundos eu ficava pensando "ai Jesusinho!! de novo não!" e daí eu lembrava que desde que eu nasci minha mãe nunca teve o costume de criar ratos em casa... e o susto passava.
Nas primeiras semanas tive que me adaptar a TUDO! Incrível como agora entendo e apóio a Luciana Gimenez. Que disse uma vez que errava o português porque passou muito tempo falando inglês. Na época eu achei a pior frase que uma perua poderia ter dito.. Bom, eu agora estava fazendo a mesma coisa. Tive que pedir pra minha mãe levantar da mesa na padaria e pedir mais um cachorrinho quente pra mim porque eu não lembrava como começar uma frase em português sendo que eu tava pensando no "May I ....?" e aquilo não tinha jeito de se ajeitar na minha cabeça no modo Brazilian Portuguese.

E eu agradeço também pelos emails que recebi enquanto tava lá. Abrir a caixa de entrada e saber que não tinha nada dos amigos ( porque, dá licença, né...mas da família tinha uns 15 diários! hehe ) era péssimo elevado na décima potência. E isso me deixava poooor conta. E depois que eu voltei eu me dei conta que isso não existe. Claro que as pessoas lembravam, claro que pensavam em mim, comentavam alguma coisa, ou quando viram a VEJA edição especial Índia?! Quantas frases do tipo "aaah a Thay" devem ter sido faladas?! Ai o ciuminho que eu tiiiinha hehehe

E dia 19 / 08 / 2006 fez um mês que eu voltei. Comemorados com uma ótima Supply Full que eu não aguentei até as 6 da manhã porque estava muuuito fora de forma! Rave não é pra qualquer um.. ainda mais sem meses de treinamento! E fez 1 mês que eu encontro as pessoas e elas me pedem "e aííííí, como foi!?" Como assim!? Como foi!? E eu fico pensando na cara que eu faço. Porque a pergunta vem cheia de espectativa... e eu devolvo ela sei lá, ás vezes pode até parecer desânimo. Mas gente.. eu juro... O que eu respondo depois de um "Como é que foi!?". FOI! Foram 5 meses e se eu tivesse que falar COMO FOI para 5 meses.. eu não sei como faria! Cada coisa, cada dia... Foi... foi... !

Foi barulhento, foi chato, foi calor, foi tenso, foi sujo, foi maravilhoso, foi emocionante, foi um pé no saco, foi suado, foi nojento, foi hinglês, foi chorado, foi divertido, foi apavorante, foi úmido, foi desértico, foi intenso.... FORAM 5 MESES.

E nesse tempo todo eu comemorei meu aníver e agora eu tinha 20 anos. E eu tive muito tempo, desse todo que eu passei por lá, pra pensar na vida. E eu não voltei pra casa pra continuar na mesma, pra fazer tudo que eu sabia que eu fazia errado antes só porque "Bom, eu voltei! Vamos nos acomodar e ficar na mesma!" Não que eu tenha uma revolução separatista guardada na bota. Porééém, nada como ir mudando.. ou como dizem, evoluindo aos poucos. :)

E não pensem que eu enganei vocês, dizendo que postava fotos e esqueci. Muita gente deve ter me amaldiçoado, "cadê as benditas fotos, pessoa?!" Siiim... eu admito que no começo eu não sabia como fazer para colocá-las aqui, depois, eu admito que não tinha tempo pra isso e depois... depois eu me acomodei e aproveitei o tempo que tava em casa pra fazer outras coisas e esqueci de vocês, leitores disso tudo!
Mas elas vem :)

Ah...as pessoas que eu citei acima : Katina, que me mostrou o mural no Campus 8.
E email milagroso : Laura, valeu amiguinha! :)

E tantas outras pessoas que eu passaria a vida citando, mas só coloquei os dois nomes ali em cima porque foram fatos isolados. Meus pais, minha irmã, meus avós, minhas tias e tios, meus primos, meus amigos, conhecidos e " arrozes de festa " que eu só encontrava nos finais de semana.

MUITO OBRIGADA POR TUDO
Namaste

domingo, agosto 20, 2006

Tem...mas acabou!

Nossos últimos dias na Índia.....
16 e 17 de julho foram correria total. A cada pouco nos olhávamos e começávamos com a canção da despedida... uma musiquinha que inventamos, contando os dias e rindo no final.
Idas à Pink City, compras de última hora, passeios super corridos e arrumação de malas. Idas à internet, nervosismo, telefonemas confirmando os horários de embarque e desembarque e isso e aquilo. Esses dois dias passaram tããão na correria... E foi ótimo! Assim eu não tinha tempo de ficar triste por ir embora ou tentar técnicas de segurar o choro cada vez que lembrava que ia rever minha família e meus amigos.

A ida ao aeroporto foi ótima. A família Bordia ( meus chefes ) nos ajudaram com o peso das malas, indo na empresa para checar o peso na balança e nos ofereceram um carro deles, com motorista para que nos levasse até lá. Como não estavam em casa ás 17, a hora que saímos pra o aeroporto, ligaram, pedindo desculpas pela indelicadeza e se colocaram a disposição para qualquer coisa. Pediram que os mantivessemos informados a respeito do nosso paradeiro e assim que chegássemos no Brasil, mandássemos news!
Quase não acreditei que existiam pessoas assim... depois de tudo que eu tinha passado, tanto stress e complicações na Índia... Deus faz mesmo as coisas da melhor maneira possível..e a gente ainda reclama :)

Chegamos ao aeroporto de Jaipur e a viagem foi tranquila até Mumbai.
De novo, estávamos ali naquele aeroporto... alguns dias atrás nos lamuriávamos por estar embarcando ali e nem era pra casa. E então...esse dia tinha chego! Sim, estávamos ali de novo, mas ..DESSA VEZ, indo pra casa! Trocamos de terminal em Mumbai..do doméstico pro internacional... espera o ônibus, carrega as malas no ônibus, anda uns 30 mins até o outro terminal, desce do ônibus, descarrega as malas e tenta entrar no aeroporto. Parecia que aquela hora era o maior pico de todos os tempos! Muuuitos indianos com carrinhos de malas, se dando tchau exatamente NA PORTA do terminal, batendo com os carrinhos nas nossas panturrilhas e fazendo de conta que nem nos encostaram, quando, na verdade, já era a quinta vez que sentíamos aquele troço nos batendo e nossas pernas começavam a amortecer e ficarem roxas.
Um idioma familiar chegou aos nossos ouvidos e logo nos demos conta que a voz era um pouco grossa pra ser de uma de nós. Viramos para trás, naquele caos...e achamos dois brasileiros! A felicidade é tanta que logo surge um :
- "BRASILEIROS?!"
- "Sim... vc's tb!!!! Indo embora ou chegando!?"
- "Não.. não..não não.. indo embora!"
- " É, é melhor ir embora mesmo! Que confusão! "

No balcão da Swiss fomos muito mal atendidas e armamos a maior confusão com uma funcionária super mal educada que não foi capaz de nos esclarecer dúvidas a respeito das nossas malas e vôos. Bem feito.. ouviu mto de nós!
As 3 horas que íamos passar ali no aeroporto esperando o vôo para Zurique se resumiu a 15 minutos que usamos para ir ao banheiro e comprar um refri. Porque depois de toda aquela zona na Swiss nem vimos que quase era hora do embarque.
Foram 11 horas até Zurique, na Suíça. Passamos a maior parte do vôo dormindo e na hora da refeição minha irmã preferiu nem ter aberto os olhos. Carneiro ... essa era a NON - VEG . Que péssimo. Tudo ainda apimentado e cheirando a Índia. ehehehe Estávamos vendo estrelas já!
Chegamos em Zurique ás 6 da manhã, hora local, e nosso vôo era só as 22. Iriamos passar o dia ali... no aeroporto.
Fomos reconfirmar nossos vôos na hora que abriu os balcões e nos disseram que sim.. iríamos para São Paulo. Mas para Porto Alegre...ninguém saberia! Afinal, nosso vôo... DA VARIG estava incerto até então!
Nosso ódio pela Swiss indiana se transformou num amor profundo pela Swiss suíça ( hein!? ).
Uma funcionária do balcão de atendimento nos ajudou a reconfirmar nossos vôos para Porto Alegre, esperando a hora certa de ligar pro Brasil por causa do fuso e marcando novos lugares em todos os vôos de Sampa pra Poa que ela achou no sistema. Um assunto que não era dela, uma companhia que nem era a dela, e nós ali.... perplexas! Ela tinha ligado pro Brasil... por nossa causa! Quis mto abraçar essa pessoa até diminuir a cintura dela uns 12 cm! Que pessoa iluminada!
Tínhamos feito henna nas mãos dia 17, em Jaipur, e era visível nossa estadia na Índia pela pintura imensa nas mãos. Ela, quando viu aquilo, puxou assunto, perguntando até se tínhamos casado por lá! heheh Se compadeceu pela nossa cara de tristeza quando nosso vôo da Varig tinha sido cancelado e nossas caras de cansadas e resolveu fazer todo aquele trabalhão.. por nós! Valeu Swiss!
Resolvemos dar uma banda pelo aeroporto. As lojinhas ainda não estavam abertas e resolvemos sentar um pouco... caimos no sono ali mesmo, no meio do nada, super podres. As pessoas passavam, nos olhavam e nenhuma das duas estava se importando. At all! Toda a elegância dos suíços e nós ali...atiradas nas poltronas na frente das lojinhas.

Resolvemos voltar no balcão da funcionária iluminada ( afinal, ela pediu que voltássemos ) e nos ajudou um pouquinho mais.. Como se ainda fosse preciso! Agradecemos todo aquele super trabalho e nos despedimos daquela que deveria ganhar o quadrinho de funcionária do mês.
Ficamos vagando pelo aeroporto por mto tempo, cochilando aqui e acolá, testando o conforto das várias poltronas espalhadas por lá. Lojinhas, lojinhas, lojinhas. Nem compramos nada.
E então resolvemos comer alguma coisa. Parei na frente do Mc Donald's e senti uma pontada de alguma coisa que eu nem sabia o que era. E demos mais uma voltinha na praça de alimentação e me dei conta.... eu poderia escolher entre comer massa, pizza, peixe, café e pão.. tudo o que eu tinha comido na Índia por 5 meses... E CARNE DE GADO.Que eu não comia "hacien tiempos" e que estava ali...agora, na minha frente! Mc...ás vezes te amo tanto!!! E pedi... um cheese burguer... e comi carne de gado. Foi uma sensação maraaaaaviiiilhooooosa que eu não lembrava mais! E não venham me dizer que é exagero. Afinal, eu sou GAÚCHA, né?!

Passamos o dia enchendo as caixinhas de 5 francos para usar a internet. Fazendo contato com a família e com a nossa agente de viagens aqui em Caxias, resolvendo como chegar até Porto Alegre, através da Tam, Varig, Gol,.. o que tivesse. Com certeza gastamos uma boa parte do nosso dinheiro na internet... heheheh experimentando os diversos computadores espalhados por lá...e até um cyberzinho com bolas transparentes como cadeiras. Mto lindo. As pessoas que eu encontrava no msn, agora com menos diferença no fuso, só me perguntavam que hora eu chegava. E, infelizmente, eu não sabia dizer... tudo dependia do bendito vôo que tínhamos que ver se saia ou não pra Poa.
Fomos para a sala de embarque perto das 20 e lá ficamos..
E um senhor, de boina preta, sobretudo, ficava rondando, olhando... Sim, já tínhamos o antídoto para isso : morar na Índia. Mas tanto tempo fora...eu não sabia que no restante do mundo as pessoas faziam isso tb! Ele estava nos irritando. Sentou a uma poltrona de distância, na sala de espera, e ali ficou. E então ele puxou assunto... Falava calminho, bem devagar, com um sotaque bem estranho - em português - . Viu a henna nas mãos, viu que estávamos indo para São Paulo e ficou abismado. Ele conversou bastante, perguntou sobre a Índia..falou, falou. E nisso, chegou a Pati.
Subindo a escadinha rolante, atravessando os portões de embarque... Veio ela. Fui até a metade do caminho para abraçar a menina e uma emoção tomou conta das duas e depois das três. Estávamos ali reunidas de novo, na sala de embarque de Zurique..... e quem diria.. voltando para o Brasil! Tínhamos trocado nosso vôo ainda em Delhi, há eras atrás para voltarmos antes pra casa e por acaso conseguimos o mesmo vôo. Sabíamos que ela estaria com a gente nesse avião, mas Deus.. como ela custou a chegar! Achamos que ela tinha se perdido por lá! hehe

E então o amiguinho saiu dali e deixou a gente conversando, colocando as news em dia. E olha que foram bastante! Dias depois, já em casa, sabendo dos conflitos do Líbano e vendo uma entrevista com um libanês em São Paulo, me dei conta que ele tinha fortes chances de ser um deles. Fugindo da guerra e indo para o Brasil. O sotaque era exatamente o mesmo...

Nossas poltronas eram super perto. Eu e minha irmã do lado direito do corredor e a Pati no meio, do nosso lado, na fila da frente. Logo que entrei no avião com a minha camisetinha made in Mc Leod Ganj uma aeromoça brasileira olhou pra mim, pra frase estampada no peito e sorriu, repetindo.. Tashi Delek, criamos ali uma amizade de algumas horas...O vôo de 18 horas incrivelmente passou rápido demais. Acordávamos só na hora das refeições e como se contivesse sonífero em tudo - até no ar - capotávamos para o lado de novo. Acordamos com o dia nascendo já. Estávamos chegando no Brasil... estávamos de volta ao Brasil... Brasil.
Pela janelinha eu olhava pra fora e mal pudia acreditar.
Aquilo tudo que deixei pra trás dia 06 de fevereiro eu estava revendo de novo... 19 de julho.
A descida em São Paulo foi corrida. Catamos nossas malas e um nervosismo imenso se espalhava em nós três. Que horas seria nosso vôo?!! Se ainda tivesse vôo.....

Quando chegamos no saguão, procuramos na tv nosso vôo. Ele estava lá... confirmado! Fomos ao balcão e aí nosso mundo caiu. Ele tinha sido cancelado e não tiraram do monitor. Nossa única esperança era o balcão da Varig. Enquanto minha irmã estava lá, a Pati foi no da Swiss e eu cuidei das zilhões de malas. Só eu e minha irmã tínhamos 4 mais as bagagens de mão! hehe
A funcionária da Swiss "explicou" pra Pati que ter um ticket não significaria que iríamos voar. ( !!!!!! ) Pq diabos se faz uma reserva e se imprime um ticket de vôo então!? Fiquei pensando se depois que eu saí do Brasil mudou tanta coisa assim.

No final das contas fomos pro escritório da Swiss - pq foi nos informado que como eles nos trouxeram ao Brasil e não tínhamos mais a Varig se responsabilizando por nós , teríamos que depender da Swiss - . Fiquei, claro, cuidando das malas e a Pati e a minha irmã entraram lá. Minha curiosidade era tanta e tava demorando um pouquinho demais e eu enfiei a cabeça pra dentro da sala e fiquei ouvindo junto. Final das contas : tínhamos 3 vôos da Tam que sairiam de Sampa pra Poa no tempo de 3 horas. Saímos correndo pro balcão, e colocamos nosso nome na lista de espera pro que sairia ás 7:50 porque o das 6:50 já não dava mais tempo e o outro, o mais tarde ainda sairia de Congonhas e teríamos que trocar de aeroporto. Minha irmã entrou na fila para colocar nossos nomes na lista e esperamos, eu e a Pati, com o coração aos pulos. A quantidade de gente era grande, esperando para voar de alguma coisa pra algum lugar. Mas naquele dia ainda..sem mtas complicações. A funcionária da Varig, de pouco em pouco, avisava, em voz alta, os próximos vôos que sairiam e as cidades e 5 minutos depois, já avisava os próximos. Quem estivesse ali, na hora exata embarcava. E foi o que fizemos... ficamos ali e quando nosso vôo foi anunciado, corremos pro balcão. Na nossa frente tinha 3 pessoas na lista de espera.. por sorte - a nossa , claro! - elas não estavam ali e nós três... Patrícia Cuozzo, Caroline e Thayse Dal Ponte foram chamadas. Nossos olhos se encheram de lágrimas... Estávamos voltando para casa!
Saí correndo catando um telefone para ligar pra casa e avisar meus pais que tinham cancelado o almoço de boas - vindas na minha tia que mora em poa por falta de informações exatas sobre o horário da nossa chegada. Demorei horas para entender como se fazia a tal da ligação á cobrar de um telefone público! A Índia tinha me facilitado as ligações nesse aspecto. O embarque era imediato e quase nos perdemos no aeroporto por causa da função de ligar pra casa.
Já estávamos dentro do avião... indo pra casa. Lá embaixo, aquilo tudo que eu sentia falta...
Chegamos em Porto Alegre ás 9:30 da manhã de 19 de julho de 2006.
Catamos nossas malas na esteira, morrendo de medo que faltasse alguma. Mas não...estavam todas lá, quase sorrindo pra nós... Do tipo "hey, tb cheguei!"
Não conseguíamos enxergar nossa família pelo vidro. Milhões de pessoas com faixas e balões e aos gritos esperavam mais gente lá fora. E nada da nossa família. Fui perto do vidro, tentando tapar o reflexo com a mão...e lá vi eles. Olhando pra um lugar em que a gente não estava... cara de preocupados e atentos. O casal mais bonitinho que eu conheço e que eu morria de saudades estava ali...de bracinho dado nos esperando. Abanei, abanei... E então as duas cabecinhas se viraram pra minha direção. Meus pais!
Vieram pra perto do vidro e naquela ceninha de novela as mãozinhas se encontraram no vidro, os dois do lado de fora e eu por dentro. Chorei.....

Carregamos as malas no carrinho e saímos porta afora. Abracei meus pais e chorei.
Dei tchau pra Pati e fomos pro almoço feito ás pressas na casa da minha tia.
Que saudades de todo mundo !

segunda-feira, agosto 07, 2006

Jaipur

15/07
Acordamos ás 6:30 da manhã e descemos pro check - out . O café começava só as 7 e mesmo assim conseguimos comer algumas torradas, o chai clássico e sucrilhos.
Precisávamos pegar o ônibus ás 8 e catamos um rickshaw desesperadamente na rua. Aquela hora da manhã foi praticamente impossível. Os táxis na frente do hotel achavam que éramos otárias e aceitaríamos pagar as 200 rúpias pra andar 20 minutos, no máximo, até a Bikaner House ( de onde partem os ônibus para Jaipur e mais ou menos para todo o Rajastão ). Enfim apareceu um rickshaw... por 60 rupias estávamos indo pra bus stand tranquilamente.
Foram 5 horas e meia de ônibus até Jaipur, com uma criança insuportável chorando e aprendendo as primeiras palavrinhas no ônibus! Que mágico, não!?
Tivemos que ir de ônibus porque estávamos com medo dos trens... Não importava se as explosões tinham sido em Mumbai. Já estive em Delhi e já tinha visto outras explosões ali...e não me importava passar 5 horas e 30 num ônibus. Era mais seguro.

Chegamos em Jaipur ás 13:30. Eu já nem sabia mais o que se passava dentro de mim. Uma irritação enorme por não ter conseguido dormir direito com aquele diabo de criança choramingando e por saber que logo desceria do conforto do ônibus com a/c pro caos da rua. E a coisa que mais me tirava do sério era saber que eu estava voltando pra Jaipur. Era um incômodo tão grande...como estar voltando pro começo, pro início...e ter que passar por tudo que eu já tinha passado.. de novo! Como, naquela hora, eu odiaaaaava Jaipur com todas as minhas forças!
Tudo bem....respira, inspira, expira, ooooommmmmm!!! Assim que te insinaram na yôga!

Pegamos um rickshaw pra casa do meu ex-chefe. Ficaríamos hospedadas lá até segunda - feira, quando estaríamos deixando a Índia de vez. Eu sabia exatamente o caminho... era perto do escritório que eu tinha ido umas 2 ou 3 vezes, mas ainda assim, eu sabia o caminho. Mas ele não acreditava em mim...e se perdeu.. Várias vezes!
Paramos então no escritório e o Manish, que eu vi na vida 3 vezes e uma delas foi pq ele me viu na rua ( credo! ) veio me dar oi. Cheio de conversinhas e eu só pedindo favores! "Desce lá e explica onde é a casa do Apurv pro motora, que tu fala hindi ! "
Sim, ele desceu e ele explicou... E sim...o motora se perdeu. Acabei guiando essa pessoa .. e acabamos chegando lá. Eu fico feliz com as barreiras territoriais rompidas ás vezes... Ele entendeu a palavra BURRO ( pq foram ditas tantas vezes ). Era a única pessoa de sangue indiano que eu conhecia que sabia onde ficava o Brasil e mais : falou mil nomes de cidades que acho que eu nem conhecia!!!! É, ele sabia português! As bizarrices na Índia são tantas... tantas! Quase nem acredito em cada uma delas...

Chegamos na casa do meu ex - chefe e a mãe dele, a minha tb ex - chefe nos recebeu. Super querida, nos ajudou a nos instalarmos, ofereceu chá, café e o que mais tivesse ali. Olhei praquele quarto e um deja vu me ocorreu. Eu tinha estado ali, há mttttooos tempos atrás, escondida, com vários outros trainees numa festinha oferecida pelo meu ex - chefe quando os pais dele não estavam em casa. Aquele quarto, que é fora da casa, de frente pro jardim tinha nos "oferecido" seu banheiro, depois de muitas cubinhas e risadas... bêbado falando inglês era foda. Naquela noite eu conheci uma das minhas melhores amigas na Índia.. A Gabi, brasileira também!

Jogamos nossas coisas lá no quarto e saímos de novo, pra Jet Airways de Jaipuir, checar nossas reservas de segunda - feira. Tudo certo... almocinho na Pizza Hut. O garçom achou que era nosso amigo e veio elogiando o pingente de Shiva que eu carregava no pescoço. "Ah...Lord Shiva!" Vai se catar e traz a minha pizza!!!
Quando vimos a conta... um recadinho do tipo "adorei servir vocês" estampava nosso recibo. Ai Deus...! E a caneta que ele mandou junto...esperando uma resposta. Pra matar, né?! Ninguém sorriu pra ele uma só vez, ou sequer insinuou alguma coisa. Fomos, mto pelo contrário, super grossas. Falando o mínimo possível. E AINDA ASSIM ele achou que era bonito e simpático o suficiente pra nos mandar recadinho. Viemos pela pizza filhinho, não por você!

Saímos em direção á Pink City. Meu nervosismo aumentou consideravelmente. Eu sabia que ia ser um stress do cão, mas as compras de última hora falavam - GRITAVAM - dentro de nós.

Ficamos pouco tempo lá... só umas comprinhas básicas.
Ligamos pra casa de um butequinho e compramos coca e lays pra nossa janta.
Dormimos com o barulhinho do a/c.

Delhi ( sim, de novo! ) parte II

14/07
Cafézinho no YWCA...
Depois fomos pro cyber do hotel e minha irmã foi ver quais as fotos que já tínhamos gravado no cd, para apagarmos outras da máquina, que já dizia CARD FULL!
E não é que o cd trancou no driver?! E não abria mais?! Batemos, apertamos, quase chutamos o troço ali e nada... Pronto! Tínhamos perdido todas as nossas fotos do cd e agora já eras.....
O amiguinho que trabalhava ali no hotel viu a cena e se achegou com uma chave de fenda... "não, não...isso nunca aconteceu!" Sim, nós sabemos...as azaradas somos nós.. Sempre soubemos disso! Mas não precisava acontecer isso com as nossas, fotos... NÉÉÉÉ?!
O desespero era imenso... E do nada o cara deu uma levantadinha no cpu e aquela portinha se abriu... Literalmente..A PORTA DA ESPERANÇA! Nosso cd saiu lá de dentro e acho que nós todos ( inclusive o cd! ) nos olhamos com cara de Obrigada Senhor!

Fomos pro Tibetian Market. Um mercadinho só de tibetanos, em plena Delhi. Compramos tudo que não tinha dado tempo em Mc Leod Ganj ali... pq era tudo mto igual!!! Os tibetanos são meio duros na queda na arte da barganha...mas os 5 meses de Índia tinham me feito bem ( nesse aspecto! ) e as comprinhas renderam mais que o esperado!
Pegamos um rickshaw pro Bahai Temple ( Lotus Temple ). É uma flor de lótus gigantesca, com 9 piscinas artificiais ao redor. Simboliza a união das religiões, contruída pela seita Bahai. Lembrei a última vez que tinha tentado ir lá, com as gurias, no findi do meu aníver ..insuportável, lotado... DOMINGO!
Esse dia era uma sexta e foi tranquilão... conseguimos entrar, sem filas. Uma branca, de kurta ( roupa típica indiana ) dava as recomendações antes que as pessoas entrassem no templo. Sentamos, eu e minha irmã, num dos primeiros bancos que vimos..bem perto da porta que tínhamos acabado de entrar. Todo de mármore grego por fora e cheio de bancos de madeira com assentos de mármore branco tb por dentro. Sentamos ali, e ficamos.. "sentindo a vibe...". Resolvemos trocar umas palavras, sussurrando, entre nós. Dois minutos depois veio a branquela.. se achando A guardinha do templo, nos mandando fazer silêncio. Olhei pra ela e um "vai a merda" apareceu, piscando, na minha testa quando olhei pra ela. Ora, vai se catar! Vai cuidar dos indianos que não sabem ficar quietos nem por 2 segundos e vê se me erra, pessoa!
Saímos dali então e fomos dar umas voltas, mas a pedra quente ( estávamos sem chinelos ) impediu que o passeio fosse mais longo. Encontramos vários turistas branquinhos e como sempre a troca de sorrisos era mágica! Como são simpáticas essas pessoas que estão no mesmo inferno que nós! hehehe

Resolvemos ir almoçar e o gostinho do Subway não comido na noite passada ainda estava atormentando as nossas glândulas salivares ( hein!? ). Pedimos então pro rickshaw nos levar até lá... Rezamos, o caminho todo, para que o acidente da noite passada não ter sido no Subway e sim ali pertinho e que hj, estivesse tudo funcionando normal.. Inclusive, o nosso querido sanduiche de atum, poderia estar por lá, são e salvo e não carbonizado...!
Descemos do rickshaw. Se não fosse Subway, ia ser alguma outra coisa ali por perto. E então, aquele luminoso de OPEN vermelho estava aceso na porta. Parecíamos duas crianças achando a mina de ouro! A saga do Subway queimado terminava ali! Ficamos olhando, ainda da rua para todos os lados, tentando descobrir o que diabos tinha acontecido a noite passada. Se era bomba, atentado, churrasquinho queimando ou what...?
Um indiano veio vindo.. se aproximando e notou a curiosidade das brancas olhando pra cima, pro lado... Já que estava perto... fui perguntar o que que tinha dado ali. Ele respondeu, simpático até, dizendo que era um incêndio, no andar de cima do Coffe Day ( do lado do Subway ) e que não tinha acontecido mais nada. Nossos olhos brilharam...Não tinha acontecido nada ( com o nosso atum do Subway! ) hehehehe E então eu agradeci e fomos rumando ao Subway.. E o cara me solta uma que ele podeira ter guardado, eu agradeceria...
Terminou a frase e disse um "né, seguidora de Dalai Lama". HEIN!? Quando me dei conta que usava como colar aquele "terço" budista de madeira.... Filhinho.. dispenso comentários!

Almoçamos e voltamos pro hotel. Tava um super calor e só queríamos ir pro Mercado Negro mais tarde... mas o sol torraria nossos miolos naquela tarde de compras sem fim. Ligamos nosso a/c no quarto e ficamos ali, arrumando nossas mochilas, vendo tv e descansando. Saímos então, no final da tarde pro Mercado Negro. Chamo assim, carinhosamente, o Sarojini Nagar Market. Um super mercadão a céu aberto com tudo. Uma 25 indiana, com muitas roupas western. Carregamentos de roupas falhadas, mal bordadas e tortinhas que são vendidas na rua, assim... Billabong, Roxy, Zara, Mango, DKNY e até, acreditem Clock House ( by C&A ) hehehe. É uma festa.. mta roupa linda ( tem que dar uma checada né... ) por preço de banana ( em reias, claro! ) . E tu vê de tudo.. homens bem e mal vestidos, peruas indianas de salto alto e óculos CK, brancos turistas... Tudo! É uma diversão e um teste "o quanto eu sei barganhar!"
Gastamos os tubos em roupinhas uper fofas e voltamos pro hotel antes que não tivessemos mais míseras 20 rúpias pro rickshaw!

quinta-feira, agosto 03, 2006

Delhi ( sim, de novo! )

13/07
Apesar de mortas de cansaço, acordamos super cedo - 6:00 - e mais tarde fomos descobrir que não eram 6 e sim 5. O relógio estava errado!
Arrumamos nossas coisas e saímos para o aeroporto. Nossa reserva, feita com muito esforço por mim, pelo telefone estava lá correta e voamos de Trivandrum para Mumbai . Saímos as 13:45 e chegamos ás 16:00. Novamente entramos no vôo para Delhi ás 16:45 e chegamos ás 19:15. De novo estávamos em Delhi, procurando o YWCA pra dormir aquelas 2 noites..as últimas antes de voltar para Jaipur. Nosso rickshaw se perdeu tantas vezes que achávamos que o lugar havia desaparecido mesmo! Ou era fruto de nossa imaginação! Talvez fosse mesmo... a/c, café da manhã, carregadores de malas e banheiros com aqueles avisos de DESINFECTED. Era mesmo um sonho...! Pq diabos demorou tanto pra acharmos de novo aquele lugar!?
Passamos o trajeto todo comentando da nossa fome gigantesca e nossa vontade de ir ao Subway, comer o melhor sanduiche de atum ever!!! TUNA PARA TODOS! É tão booom.. tão booom! Largamos nossas coisas no quarto ( ou os carregadores que fizeram isso por nós?! ) e pegamos outro rickshaw que nos levasse ao Connaught Place. O centro redondo com blocos ordenados por letras super famosinho, cheio de lojas, cafés e restaurantezinhos badalados. O centro da fast - food com uns 2 Mc, Subway, KFC e afins por metro quadrado ( nossa...exagerei! ) .
O caso é que nunca sabemos exatamente ooonde é... e ficamos sempre dando volta e botando a culpa nos rickshaws! Mas aquele dia sabíamos tão bem que quando chegamos lá, não vimos a placa... Nem do Subway, nem do Café Coffe Day que tinha do lado...nem...nem...NADA!
Uma super mega população se acotovelava ali na frente. Uma nuvem de fumaça tomava conta de quase todo o bloco e nossos corações pararam de bater por alguns minutos! Tínhamos acabado de saber dos atentados em Mumbai e não era possível eles terem mudado o alvo pra Delhi justamente porque..porque...ESTÁVAMOS ALI, POMBAS! A história de bomba me passou despercebida porque eram restaurantes e não um alvo grande ou populoso... como... a estação do metrô.. que para o meu pré-infarto bastou olhar pro lado e lá estava a plaquinha. A estação do metrô era na frente do Subway! Gelei... e minha irmã já estava com falta de ar há horas!!!
Pedi então pro rickshaw sair dali... E ele me olhou com cara de "agora que eu achei a droga de Subway que vc's queriam, quer que eu saia?!" Mas eu tive a nítida impressão que ele nem se tocou do que estava acontecendo. E eu, de novo, falei pra ele sair dali e ir pro primeiro McDonald's que achasse na frente! Além de ser um lugar super fácil de achar e ele não precisaria dar mil voltas , era mais um motivo pra sair dali, aquele lugar todo esfumaçado e nem sabíamos do que que era aquela zona toda!
E de novo, ele me olhou.. dessa vez pensando algo do tipo "branca gorda capitalista!" Eu juro que falei Mc Donalds pq era fácil! Pq a essas alturas a fome já tinha passado há horas!!
Fomos então pro Mc... uma mesa de brancos se virou pra olhar aquelas gurias entrando mais brancas do que o normal no restaurante quase na hora que tava fechando. Comemos alguma coisa que nem lembro e que não caiu legal com o nervosismo do momento.
Catamos outro rickshaw e mais umas 2 horas pra achar o hotel...sim..aquele que a gente adorava, mas que teimava em se esconder nas altas horas da noite ( 23:00 ) quando a gente mais precisava chegar nele!

segunda-feira, julho 31, 2006

Backwaters II

12/07
O barco ligou o motor as 7:30 da manha. Ainda chovia...
Nosso cafe no barco foi servido as 9:30. Ainda timido, o dia foi abrindo.

Almocamos peixinho frito e hoje pudemos ver o que jantamos ontem..pq foi a mesma coisa heheheh Comecou a chover de novo...
Queriamos mto parar e descer do barco, nas vilas, para ver as pessoas e o artesanato com cocos feito por ali. Tinhamos visto em outras fotos dos trainees aquelas pessoas super humildes nas vilas e queriamos tambem!
O fato eh que chovia mto... Mas o pior nao era isso, afinal, todo mundo tinha capa de chuva e se molhar nao derretia. O problema eh que ninguem do barco falava ingles! heheheh Como pedir para parar, pra ver as pessoas, pra conhecer as vilas?! Ai Jesus.... foi dificil! Enfim eles pararam num lugar nada a ver e todo mundo olhando aquela gente fresca ( nos! ) descendo do barco de capa de chuva no meio do nada pra olhar coisa alguma. Afinal, tava chovendo e nao tinha ninguem na beira do rio trabalhando com cocos como nos flyers e panfletos e fotos de agencias com aquele sol brilhante atras e distribuindo sorrisos! Droga de moncoes!
Desistimos de estar ali na chuva e voltamos pro barco de novo. Mas sentimos uma movimentacao maior mais pra frente, numa outra vila e por meio de gestos e varios "stop, stop here" nao entendidos, eles pararam de novo. E claro...ainda chovia!! Drogaaa de moncooooes!
Mas jah tinha parado um pouco...ateeee!
Nesse lugar, vimos um condominio.. varias casinhas enfileiradas e uma placa, avisando que aquilo era obra do governo, para as vitimas do Tsunami. Kerala foi bastante atingida, mas soh me dei conta quando parei lah na frente..e li a placa. Puts... pra quem soh via na televisao, ver ao vivo eh meio barra pesada! As 14 ainda terminavamos o almoco quando chegamos na cidade de destino... empurramos a comida goela abaixo, terminamos de arrumar os mochiloes e descemos do barco. Aquela chuva torrencial, aquele mochilao de 15 kg nas costas e descer do barco ainda.. tenso!!!
Paramos no meio do nada, catamos um onibus e perguntamos pra 12 mil pessoas onde se pegava um onibus pra Varkala! Tava dificil a comunicacao ( como sempre!!! ) e demoramos mto tempo pra entender ( ou pra eles entenderem?! ) que nao tinha onibus direto pra Varkala. Era primeiro um pra Allambalam ( hein!? ) e depois outro pra nao sei aonde e outro ateh Varkala! Ui... O primeiro bus pagamos soh 3 rupias cada, o outro, nem me lembro mais... mas o terceiro, ficamos de pe o trajeto todo..mais de uma hora com as mochilas nas costas e na hora de cobrar....Foi aqueeela funcao! O cara me disse que eram 30 rupias! Pensei que ele soh pudia querer me passar a perna.. afinal...ELES NUUUNCA FAZEM ISSO! Perguntei entao quantos quilometros eram para se chegar em Varkala. E obvio...o cara nao me entendeu. E perguntei de novo, e de novo e de novo..e ele soh falava 30 rupias, 30 rupias, 30 rupias... SIM PESSOA, EU JA ENTENDI!
E entao armou o circo. Um "indiota" se levantou do banco e comecou a discutir, dizendo que se eu nao quisesse pagar, eu nao deveria estar no onibus, que eu pudia ser expulsa dali e que era falta de respeito isso que eu tava fazendo. Por Deus.. eu quis pegar a minha mochilinha de 15 kilos e enfiar ela toda na boca dele ( com saco de dormir e tudo! ). Afinal...eu so perguntei quantos raios de quilometros eram pq eu nao aguentava mais aquele onibus dos infernos! E o cara ali.. batendo boca. Puxei uma nota de 100 rupias! Afinal...ele insinuou que eu nao tinha dinheiro pra pagar e tava querendo dar o calote. Enfiei aquela nota na cara do cobrador e quase terminei com um FUCK OFF. Ninguem ia me tirar do onibus ....pq eu tava la atras, a ultima pessoa, DE PE, entalada no ultimo banco com a minha mochila gigantesca. E ateh chegar em mim.... heheheh Ainda tinha a Mari e a minha irma! Entao, filhinho...vai com calma! Eu desco quando quiser!
Entre todos esses onibus nos demos conta que nosso dia tinha passado voando e voando estariamos nos, amanha de manha cedo de Trivandrum pra Delhi e ainda estavamos em Varkala. Ou melhor...recem chegadas em Varkala. O combinado era passar aquela noite com as Bussacos num hotel e seguir viagem de manha cedo. Mas nos preocupamos um pouco e nao tinha necessidade de pagar um hotel quando poderiamos jah pegar um trem. Paramos tao perto da train station que fomos conferir a hora do proximo trem pra Trivandrum. Eram 17:20 e o trem chegava as 18. Entao compramos as passagens e voltamos pra frente de um hotel, onde tinhamos deixado nossas mochilas e a Tia Carmem e a Mari esperando. De novo, pela segunda vez na India, nos despedimos... E dessa vez nao choramos!!! E sabiamos que nao nos veriamos mais!
Esperamos o trem chegar.. estavamos exaustas ateh dizer chega, sujas, molhadas e segurando a mochila. Por sorte o vagao que parou exatamente na nossa frente nao tinha fila alguma pra entrar, na porta e logo me dei conta que era o vagao LADIES ONLY. Todos os bancos de 3 lugares, virados pro mesmo lado. Os ventiladores no teto e muuuitas mulheres. Sentadas em 4 ou 5 nos bancos, ou de pe, ou no chao! Entramos com o mochilao e o vagao inteiro se virou pra ver as branquelas. Umas tentaram ser simpaticas, oferendo um lugar acima das cabecas pra colocar a bagagem. Mas como vimos que a lei de Murphy poderia ir contra nos, nao colocamos as mochilas ali...afinal, cabia mal e mal uma necessaire ..aquelas de maquiagem que se leva na bolsa e elas indicando esse mesmo lugar pra colocarmos aquelas mochilas gigantescas! Agradecemos milhoes de vezes.. ( pq elas tb falaram milhoes de vezes, como se fossemos lesas a ponto de nao entender o que elas nos diziam! ) e ficamos ali com elas, de pe, perto dos banheiros... por 45 minutos! Aquela cena parecia estranha... era soh um vagao de um trem com mulheres. Mas os ventiladores pretos no teto, aquele silencio e aquele dia meio cinza me parecia uma camara de gas, pronta pra exterminar aquelas mulheres... e se fosse, nos iamos junto! Cruzes!!! Calma.. era soh um trem pra Trivandrum! Chegamos lah e pegamos um rickshaw pre paid pro YWCA . Como jah tinhamos ficado 2x no YWCA de Delhi, pensamos que nao seria preciso correr mto pela cidade catando hotel! Vamos direto pra lah..... Ai boca santa!!! Minha irma subiu os 4 andares pra ver os quartos enquanto eu fiquei lah fora, no rickshaw esperando ela, com as mochilas. Ela desceu uns 15 minutos depois. Aquela cara de trsiteza nao me enganava. O hotel era uma bosta!
Abrimos o Lonely ( hare hare ) novamente e fomos pra outro hotel. Pessimo. Abrimos de novo. Fomos pra outro hotel. Tenso. De novo.... E eu fui lah.. a recepcao me dava arrepios e ainda bem q nao fui ver os quartos, pq jah estava lotado. Cruzes! Cansamos de abrir aquele que era nosso guia mais estimado e respeitado e juramos mandar um email falando da sessao TRIVANDRUM - KERALA. Os hoteis recomendados... bom, acho que foi um mendigo que recomendou! Eu duvido que os jornalistas e viajantes do hare hare senhor LONELY PLANET tenham ficado naquilo que eu chamo de MUQUIFO DOS INFERNOS e eles chamaram de MIDRANGE. Podres ao extremo.
O fato eh que desistimos e fomos pra um hotel de verdade, ajeitadinho, com recepcionista, elevador, chave de quarto na recepcao e tudo o mais. Eu fui ver o quarto e desci.. falando p minha irma " Eh aqui...." .
Ainda no quarto, com o amiguinho que subiu p me mostrar tudo eu perguntei, como quem nao quer nada... afinal aquilo era um hotel e tudo que eu perguntasse " TEM!?" ele iria me dizer que sim... neeeeh?! Perguntei entao do banho... agua quente... e tals! Eu nao sei que diabos ele entendeu, mas me apontou as toalhas.. e isso que eu falei SHOWER e nao TOWELS! Anyway... a cena patetica do chuveirinho com a minha propria mao em cima da minha propria cabeca, insinuando um banho, agua... foi mesmo pessima. E ele fez q sim com a cabeca... desconversando logo com um "yes yes.. sure!" Hm... pq desconfiar!? Isso eh um hotel, oras !!!
Minha irma, com um cabide na boca de tanta felicidade por estarmos num lugar limpo, seguras e prontas pra tomar banho q cair na cama era digna de uma foto! Ela virou e largou essa " tu perguntou neh, se tinha agua quente???"! " Ai, claro Caroline... ele me disse que sim!" E ela desconfiou... entao perguntou pro recepcionista.. que tinha um ingles mais convincente. Ele olhou pra gente, como quem diz " Minha filha, esqueceu que esta na India?!" e depois disse "oh, sory sory madam... only morning... 10 oclock!" O QUE? BANHO QUENTE SOH DE MANHA! Nao..a gente quase nao tava suja... e minha irma quis cortar os pulsos e eu quis bater com a cabeca no poco do elevador! Poxa vida... que que custa!! Boiler... aguinha quente!!! Ateh no muquifinho que eu morava em Jaipur, na minha primeira casa, dividindo o banheiro com mais 9 pessoas TINHA AGUA QUENTE! E ali tinha hora marcada pra tomar banho... Aquilo era um hotel ou nao, pombas?!!!

Ligamos a televisao e fomos acompanhar as noticias.... Fazia uns 3 dias que nao sabiamos de nada no mundo ( nao que sempre estivessemos informadas, mas sei lah.. hehehe ) E em todos os canais da tv soh passava uns trens explodidos, umas pessoas carbonizadas e familiares em hospitais. Comecamos a ficar preocupadas, afinal nao conseguimos pegar a noticia desde o comeco em nenhum canal! Finalmente, no cantinho da tela aparece MUMBAI BLASTS... puts! Precisava?!!!! Bom, o caso eh que aconteceu uns atentados em Mumbai, nos trens, em plena luz do dia. Varias pessoas morreram e muitas ficaram feridas. Algumas delas, que nem estavam dentro do trem, foram atingidas com pedacos que foram arremessados por causa da explosao. Nos olhamos apavoradas!!! Ateh que parte dessas informacoes tinham chego no Brasil!? Qual delas foram repassadas pros meus pais e meus amigos?! E eu num barco, no meio do nada... 22 horas, sem telefone, sem internet, sem sem sem... nada!!!! Nosso voo era na manha seguinte... Trivandrum - MUMBAI - MUMBAI - Delhi. E ainda tinhamos a opcao de escolher Chennai...mas nao.. pegamos por Mumbai! Ai Deus...! Era a segunda vez que eu via atentados na India... e a segunda vez que eu estava por perto! Descemos correndo do quarto pro primeiro STD que vimos ( e por mta sorte ele estava exatamente na frente do nosso hotel!) Minha mae atendeu o telefone mto nervosa. Quase nos xingou por termos demorado tanto pra ligar... mas nossa situacao era totalmente : ALIENADAS DO MUNDO! Estavamos tao pro sul, tao sem comunicacao que era impossivel imaginar que nesse meio tempo milhoes de pessoas poderiam estar morrendo em algum trem por ai! Situacao explicada, pais acalmados... Fomos jantar! Riamos das nossas desgracas... a agua quente, o voo de Mumbai, os hoteis, os trens... de tudo! Tah na India eh pra se sujar mesmo!!!

Backwaters

11/07
Saimos, depois do cafe, para o escritorio de turismo de Kerala... recomendado pelo Lonely Planet( hare hare ). DTPC era o nome do dito cujo lugar..onde nos enrolaram ate dizer chega, falando que nao estava disponivel, nivel de agua muito alto, barco no minimo pra dez pessoas... Ih... pra quem jah caiu no conto do rickshaw, o conto do backwaters, meu filho, vai passar pra outras!!!! Saimos dali super desapontadas, afinal na bus stand de Panaji, em Goa, a secretaria da agencia de turismo de Kerala havia nos dito que com moncoes ou sem moncoes o backwaters saia sim... pra quantas pessoas fossem!!!
Taaaah neeeh.. afinal, qual dos dois estava nos enrolando?!

E entao, andando mais um pouquinho pela rua, dei de cara com o canal.... E lah estavam.....
Apontei pros barcos e disse pra minha irma " SAO ESSES!!!! EH AQUI!" Mas estavam todos parados e realmente pareciam que nao estavam fazendo backwaters pra ninguem naquela epoca!!!
Bom, pra quem nao sabe e pq eu tb nao expliquei : BACKWATERS. Funciona assim.. um barco single ou double, com quartos, cozinha, banheiros e living. Pode-se fazer a travessia de 6, 12 ou 24 horas dentro dele, indo para as outras cidades ao sul de Kerala ou ficar ali mesmo, no lago em Allepey. Podem ser "normais" ou de 2 andares. Pode ter tv ou a/c, ou dvd... hehehe Depende da verba da pessoa hehehe O caso eh que eles sao feitos de vime, palha e alguma coisa que vem do coco ( nao a agua, neh pessoal! ) hehe Tipo a fibra da casca... E imaginavelmente : eles sao mtooo lindos!!
Enfim.... naquela troca de olhares ( eu e o barco, o barco e eu ), minha irma me cutuca e diz "Vem logo...!" pq naquele instante vinha uns tiozinhos. Aqueles que a gente jah tava cansada de dizer NO NO NO sempre... pq nao dah pra parar em lugar nenhum que todos os indianos se mostram super prestativos e querem te ajudar. O fato eh que um deles, veio segurando a fraldinha dele ( no sul, vimos as vestimentas mudarem MUITO. Tanto feminina quanto masculina... a roupa "subiu" legal. Ja era permitido mostrar as canelinhas por ae e ninguem ficava olhando mto!! E os homens usavam uma fraldinha mto engracada. Um pano, comprido ateh os tornozelos e preso na frente, no quadril, e quando era mto calor ou... sei lah...quando eles queriam.. pegavam as pontas e colocavam presas tb no quadril. E ficam tipo de saiote. E aquilo caia, escorregando de 2 em 2 minutos.... mas parecia ser tao confortavel!! ). E minha irma me puxando... Decidi dar trela pro cara..a final nosso intuito em Kerala era os backwaters e eles estavam ali! Por que diabos nao ia dar pra fazer??!

O cara parou, foi super simpatico, nos levou ao escritorio, mostrou fotos, nos deu os precos e mais : nos levou pra conhecer os 4 barcos dele! Um por um, fomos nos apaixonando pela nossa "proxima casa" pelas 24horas seguintes e combinamos com ele que voltariamos a tarde, com a Mari e a Tia Carmem para mostrar os barcos de novo. 2 quartos, 2 banheiros, 3 refeicoes, 22 horas de viagem...7000 rupias!! Bagateeela! Acho que era o preco normal da off season.. ( Alguem que jah tenha ido na temporada "boa", me conta depois como foi o preco! Pq fiquei super curiosa!! ) E entao as Bussacos chegaram no nosso hotel as 13 e por meia hora ficamos ali, contando as news ... e ouvindo as delas. Gente.. que coisa estranha!! O abraco de chegada, ver elas ali de novo... Nossa... mto bom! :)
Mostramos os barcos pra elas, com o nosso amiguinho lah e catamos um lugar para almocar. A saida ali do canal ficou marcada pras 16:30 e eram quase 15 e nada de um restaurante bom! Fomos parar em um hotel que jah tinha acabado com o horario de almoco e soh tava servindo pizza. Escolhi a mais simples e a mais normalzinha.. todo mundo jah com pressa pra voltar pro hotel, pegar os mochiloes, ir ateho barco ...
A pizza MARGUERITA ( receita tradicional : queijo, tomate, oregano ) veio com todos os legumes que eu jah vi na vida... MENOS QUEIJO, TOMATE E OREGANO. Um molho vermelho nojento, apimentado... aquela pizza parecia aquelas "super jantas" feitas com o que sobrou na geladeira no findi. Meu Jesus...

Voltamos pro hotel, enfiamos tudo de qualquer jeito na mochila pq estavamos SUPER atrasadas. Tive que ligar pra companhia aerea Jet Airways e quem me atendeu...claro...foi um indiano! Ai gente...que tortura! Indiano falando ingles no telefone... Ninguem merece! Fiquei ali, reconfirmando nosso voo por uns 15 minutos, sendo que o que faltava mesmo confirmar era nossos nomes e eu soletrei eles por 20 vezes. O fato eh que em portugues tu comeca... T de tartaruga, H de hotel, A de amor... EM INGLES, suando de tanto calor e nervosismo, atrasada e aquela pizza fermentando no meu estomago... Eu juro... eu demorei!!! E na hora do sobrenome?! Eu nao lembrava nada em ingles que comecasse com P e meu deus...q q eu falo, meu deus..! Me veio PATO na hora... mas em ingles nao tem uma letra que combine com o portugues! MERDA DE RESERVA POR TELEFONEEEEE! Eu jah riscava meu caderninho escrevendo pra mim mesma meu sobrenome 15 vezes por segundo.. ja estava achando que nao era mais eu e meu sobrenome jah nao era mais meu... E entao minha irma apareceu do meu lado... bem no P... e eu "q q eu falo com P? P? q q tem em ingles com P?" e ela... "fala PANI!" e eu "NAAO...EM INGLES!" Mas pera... PANI eh em hindi..e ele eh indiano! FECHOU TODAS!!! " P... from PANI!" e o cara " From WHAT?!" e eu " PANI...WATER...!! PANI, PANI...P A N I..." acho que o cara pensou " Credo... se achou no hindi neh!" Tudo bem...o fato eh que eu parei de ficar apavorada com a merda do P e o resto foi tranquilo! Detalhe ...era Caroline e Thayse Dal Ponte... Facinho, neh?! hehehe

Fomos pro barco e chegamos um pouquinho atrasadas. Com o pagamento ali em maos, a tripulacao foi comprar nossa comida e nao lembro como surgiu o assunto, o fato eh que eles acabaram indo comprar ateh cerveja pra nos! hehehe 4 garrafinhas Kingfisher ( beca! ) de 1L cada praquelas 22 horas no barco!

A janta indiana foi mto boa. Ateh minha irma se rendeu aos prazeres do chapati ( hahaha exagerei, neh pessoal?! ) As 20:00 o barco ancorou perto de uma vilazinha e por ali ficamos. A janta veio, numa "meia luz" que achavamos que era proposital, pra nao vermos mto a comida e nao reclamar, caso ALGUMA COISA estivesse estranha! Conversamos ateh tardee fomos dormir. A chuvinha, que teimava em cair desde a saida em Allepey embalou o sono no barco.

segunda-feira, julho 24, 2006

Allepey - Allapuzha

10 / 07.. acordamos as 8 e pouco da manhã. A noite no trem foi bem barulhenta.
Chegamos em Ernakulan ( train station em Kochin, já em Kerala ) ás 13:30 e compramos a passagem pra Allepey. O trem era ás 15:30, mas atrasou e chegou só as 16. Ficar aguentando aqueles zilhões de olhos em nós, aquelas trocentas moscas grudando em cada centímetro de nossa pouca pele exposta e aquele tempo que parecia uma eternidade...
Enfim o trem chegou e tivemos que disputar por um lugar. Era passagem geral, sem lugar marcado e logo estávamos sentadas do lado de homens nojentos e curiosos. Minha irmã foi logo catando outro lugar e acabamos sentando com um casal que não trocou uma palavra ( entre eles e entre nós ) a viagem toda. Aproveitamos pra perguntar pra um senhor que estava do outro lado do corredor com a filha ( ou seria mulher?! ) quantas paradas fazia o trem até chegar em Allepey. Mas o "senhor" logo virou um "puta cara chato" pq não calou a boca a viagem toda, conversando com a gente.. que respondia as milhões de perguntas com "sim" e "não" e a pessoa ainda achava que estava mantendo AQUELE diálogo com as brancas! Detalhe que minha irmã virou pra fora, se fez de surda e deixou o sr. sem noção pra mim né! Detalhe que mesmo depois de eu ter dito que éramos do BRASIL e falávamos português ele fez mais 2 ou 3 perguntas e soltou a merda " Vc´s devem estar tristes pela copa do mundo, né?!" e eu "Pois eeeh...tu vê né..!" e ele "É, afinal Portugal não venceu, né?!" PESSOA, QUAL PARTE DO " SOMOS BRASILEIRAS" O SENHOR NÃO ENTENDEU!?
Pela graça do Senhor Jesus Cristo estávamos em Allepey ás 17:30 ..ñ foi mto que tivemos que aguentar aquele velho chato ao cubo e entre uma pergunta e outra consegui dormir um pouco!
Chovia bastante e fomos de rickshaw pro hotel...tentando catar a Mari ou a Tia Carmem nas ruas pq achávamos que elas já estavam na cidade, afinal, marcamos de fazer os backwaters na manhã seguinte! Nos instalamos num hotel mais ou menos limpinho e catamos um cyber. Nosso medo era de não encontrar as Bussacos e não conseguir fazer o backwaters!! E então li o email da Mari avisando que estavam ainda em Fort Kochin..nos chamando pra ficar lá com elas no hotel! Puts..e tínhamos estado lá á menos de 3 horas, fomos correndo pra Allepey, pensando em encontrar com elas lá!!!

Caminhamos ao redor da nossa quadra, fazendo o reconhecimento da vizinhança e as mangas me deixaram louca! Quando começa o verão na Índia as mangas chegam com tudo! Super amarelézimas, super cheirosas, mtooooo boas e mais : BARATAS AO EXTREEEEMO! Comprei 3 por 20 rupias... mais ou menos.. hm.. hm.. UM REAL!? A Zé Perguntinha aqui virou amiga do dono de uma das fruteiras e perguntei que que era aquela fruta estranha com cara de uva branca, mas sem cacho e do tamanho de uma bolinha de golf. Claro que ele me respondeu em hindi e eu não lembro o nome do troço... mas depois de pagar pelas minhas mangas e por 4 bananas, ele abriu minha sacolinha e me deu aquela frutinha, de graça!
Como eu tinha ligado pro hotel da Mari de tarde, deixando um recado, pedindo que nos ligassem quando estivessem de volta ao quarto, no meio da janta ( e do meu peixe frito!!! ) o telefone no restaurante do hotel toca. As únicas brancas, as únicas mulheres... é, era pra nós!!! A Mari, avisando que tinha pego o recado. Combinamos outra ligação ás 22.

Voltamos pro quarto pra fazer um tempo antes de descer de novo e ligar pra ela e 21:50, com a chave na mão pra descer achamos DUAS BARATAS IMEEEEEEEEEEENSAS na cabeceira da cama que iríamos passar aquela noite!!! Que função!! O combinado era ligar ás 22, mas com as visitas no nosso quarto, nos atrasamos um pouco. Mexemos tanto na cama, catando o melhor ângulo pra EU matar as baratas... ai Jesus!
Elas tavam tão quietinhas e eu super nervosa... Um chinelo... Duas baratas! Que que eu faço!?
Errei a chinelada e não matei nenhuma! :( No final quem quase morreu fui eu... " Como que tu não matou nenhuma?!!! E agora?!" -> Minha irmã.. que ficou parada na porta do banheiro, fazendo nada e só olhando as baratinhas... ! BONIIIITO, HEIN, MADAME?!

Descemos, ligamos pras meninas e ficou tudo acertado pra chegada delas em Allepey na manhã seguinte!
Na volta pro quarto, fizemos AQUELA vistoria. Mexemos por tudo, abrimos nossos sacos de dormir e esticamos eles nas camas e colocamos os pés no lugar que ia a cabeça ( afinal, é melhor barata no pé do que no rosto, certo?! )
Não se sabe onde elas foram parar.. mas ACHO...ACHOOOO EU que não foi na gente!!!

sexta-feira, julho 21, 2006

Goa - Parte III - Old Goa

No domingo, dia 9 fizemos o check - out no hotel e deixamos nossas mochilas nos lockers. Fomos para Old Goa, 30 minutos de Panjin, de bus.
É a mesma coisa do hinduismo, mas as estátuas de Ganesha e Lord Shiva agora foram substituídas por " Marias e Jesuses " na cruz, com colares de flores amarelas e pétalas rosas...
Goa foi colonizada por portugueses, diferentemente do restante da Índia; colonizada pelos britânicos. As igrejas são lindas...como em Ouro Preto, Minas Gerais.

Entramos na Catedral da Sé e o barulho dos sinos e preces hindus nos templos foi substituido pelos sinais da cruz e o estalar dos bancos de madeira no interior do prédio. Já do lado de fora daquele "complexo cristão", escolhendo no Lonely ( hare hare ) a próxima igreja a ser visitada vimos, de longe, alguns brancos se aproximando. Vindo direto pro monumento na frente do banco em que estávamos sentadas, que mostrava um canhão e os montinhos de balas ao lado. E então a população de brancos aumentou gradativamente... e eles vinham vinham...e eram só homens.!! Seria preconceito de minha parte afirmar que eram gays.. Mas eram! Daquela típica cena que tu TEM CERTEZA que se trata de uma EXCURSÃO DE GAYS SOLTEIROS. E então eu comentei com a minha irmã : " Quer ver que eles vão subir no canhão, sentando com uma perna de cada lado, naquelas fotos patéticas em que o monumento fica parecendo BEM DE LONGE o "amiguinho" deles?!" E depois de dois segundos a timidez do amigo que estava "montado no canhão" de lado caiu por terra e ele botou uma perna de cada lado e tirou uma foto do tipo "hey, olha o tamanho do meu órgão!" Eu quis bater com a minha cabeça no cordão da calçada....no mínimo umas 20 vezes ( por segundo! )
Aquela bermudinha cáqui, tenizinho com a meinha aparecendo, camisetinha "mamãe você não vai ter netos", máquina no pescoço e bigodinho me atestavam : Sou gay. Foi tenso...

Entramos na Basílica de Bom Jesus e vimos o corpo de São Francisco de Assis, falecido na China e depois de dois meses de viagem de navio para Goa não iniciou o estado de decomposição. E esse foi o milagre do corpo. Um dos braços foi doado pros cristãos da China e Roma e outra parte do ombro pra alguns outros cristãos de outra parte do mundo. Mas o corpo do cara : TÁ LÁ! E nós vimos! E isso que no altar dizia na plaquinha " Relíquias de São Francisco de Assis ---> " Eu achando que era o fio de cabelo... cheguei lá, aquele corpo putrefado. Aterrorizante.... como as fotinhos que estão na lojinha na saída, focadas naquela mão que parece um brinquedo de borracha ou o rosto tão deformado que parece que pegou fogo e foi apagado com uma pedra!
Ai, desculpem...mas eh isso ae mesmo. Péssimo!
Em Assis, Itália, tem uma igreja onde a relíquia de São Francisco de Assis é mantida sob vigilância total, sem máquinas, sem flash, meia-luz e puro silêncio. E é só a língua!!! Numa caixinha de prata.. onde nem dá para ver direito e parece que é pura lorota!
Bom, ali em Goa a coisa é diferente! Mesmo com as placas de NO PHOTO e SILENCE PLEASE espalhadas por tudo, a excursão de indianos que chegou quando estávamos lá, sentadinhas só "curtindo a vibe" da Igreja foi apavorante! TODOS arrastando os pés e aqueles chinelos nojentos pela igreja, puxando as máquinas desde a entrada, procurando o melhor ângulo pra espocar aquele flash maligno sobre as pinturas, estátuas e a tal famosa caixa de prata, antigamente incrustada de pedras preciosas e que hoje abrigava o (urghs) corpo do santo. De 10 em 10 anos a caixa ( mantida numa altura razoavelmente..hm....alta ) é abaixada pros fiéis poderem ver. A última vez que isso ocorreu foi em 2004 - 2005.

De Old Goa voltamos para Panjin e fomos para Margao de bus, uns 40 mins. De lá, um rickshaw pra train station e esperamos das 18:20 ás 22:00 pelo trem que saia de Delhi, parava em Margao e seguia para Cocchin - Kerala. Entramos no trem, sem lugar marcado e fomos pro vagão A/C. Tivemos que pagar a diferença (pq nosso ticket era o geral e estávamos num dos melhores vagões do trem ) . E olha que essa diferença, bom, dá para dizer que foi beeem sentida na viagem... Foi uma diferençazona! Passamos a noite no trem, sem ver a final da Copa do Mundo. Espantando baratinhas voadoras de nossos braços durante a noite, no escuro, pensando "hm... não posso mais dormir de boca aberta!"

quinta-feira, julho 20, 2006

Goa - Parte II

Dia 8 saímos de manhã cedo e pegamos de novo um bus pra Mapusa e de lá pra Vagator, uma praia mais ao norte. Saimos as 11:50 e chegamos às 12:05. No caminho, dentro do bus, duas menininhas me olharam "Vagator Beach?!" e eu "Yes.....?!!" e elas riram. Fiquei quieta, afinal...eh tudo gente estranha mesmo... 5 minutos depois vem o cobrador "OOOOOOOH, SORY SORY!!!!" Ele tinha esquecido de avisar onde iamos descer... e aquela hora que a guria riu de mim devia ser a hora de descer! BEM LEGAL!!! E então descemos ali, no meio da rua, no meio do nada...E era MTOOOO PRAIA... cheiro de mar, aquela vegetacao tipica e aquele clima ...
Vários brancos, passeando nas suas scooters, ou levando cachorrinhos passear na coleira com cara de "meu, sim.. eu moro em Goa!" hehehe e então sorríamos uns para os outros.. como quem diz " sim, estamos em Goa... nas monções!"

Achamos o caminho para a beira da praia...
A areia escura, um super vento, um solzinho e mormaço mais ou menos
Mas claro que colocamos nossos pés no Mar Arábico!!!

E então a fome bateu. Mas como qualquer praia fora de época tava tudo fechado e deserto... Caminhamos MUUUITO, por tudo, toda a Vagator...e nada!
E então achamos o Restaurante e Bar Tin Tin hehehe Comi camarões a milanesa.. e quando acabei o almoço olhei ao meu redor... Ali, onde agora ficavam 2 ou 3 homens e algumas moscas voando, na alta temporada rolava festinhas com direito a luz negra, palquinho pro dj e globo de espelhos! Merda... hehe
Pegamos o bus pra Anjuna, já descendo em direção a Panjin de novo. O bom de Anjuna era o Flea Market, que acontece na beira da praia todas as quartas-feiras e que não ia poder ser visto pq nossos dias em Goa estavam um tanto quanto contados. Então, mesmo assim, no sábado, fomos pra lá, conhecer a praia.Descemos do bus e um super temporal tava se armando. No alto da pedra, mais um mercadinho ali... milhões de turistas e aquele vendaval. Demos uma caminhadinha ali e meu coração quase se quebrou em mil pedaços. Várias casas noturnas, na beira da pedra. Todas fechadas, alta cara de abandono total ... umas com cara de rave open air e eu ali... ouvindo o vento bater na pedra enquanto um psy ia cair mtooo melhor!!! Juro que volto lá um dia na vida..e na alta temporada!

Ás 18 entramos no bus e fomos pra Mapusa, pegar o bus pra Panjin. Chegamos em casa e queriamos ver o jogo... Alemanha x Portugal... eu enchi o saco o dia todo e fui a primeira a cair no sono. Minha irmã ainda viu o primeiro tempo ( e claro, riu da minha cara no dia seguinte! ) .

quarta-feira, julho 19, 2006

Goa

Saimos ás 4 da manha, com o taxi já na porta, nos esperando. Fizemos o check - in no aeroporto e esperamos por 2 horas o embarque para Goa. Duas noites mal dormidas eram visíveis nas nossas caras! Decolamos as 6 e pouquinho e nenhuma das duas sentiu que já estávamos no ar... um tempo depois, já acordadas "Ui, já decolamos?" . Chegamos as 9 : 45 da manhã em Mumbai e o embarque para Goa era ás 11 : 55. E então sentimos aquela vontade imensa de estar no aeroporto indo pra casa, e não pra Goa... porque nosso vôo sairia de Jaipur pra Mumbai e de lá : casinha.... Mas sabíamos que nossa "missão" ali era ir mais pro sul do que pro Norte.

Chegando em Goa... A vista aérea era impressionante! Uma indiana atrás de nós comentou com alguém " Nossa..eu não sabia que Goa era tão verde!" Quase virei pra trás e acrescentei um "AHAM!!!!" Muuuuito verde, coqueiros, praia mesmo! Aterrisamos em Panaji ( Panjin ) - a capital - ás 13 e pegamos um táxi pra um dos hotéis recomendados no Lonely ( hare hare ). Uma fooofuuura. Super limpinho, ajeitadinho... Dormimos boa parte da tarde e resolvemos sair mais tarde pra dar uma reconhecida da vizinhança. Isso se resumiu a achar um cyber café e um lugar pra tomar alguma coisa. O arroz com carne de carneiro do vôo tinha nos enjoado um pouco e resolvemos jantar só líquidos, obrigada! Voltamos pro hotel, tomamos um banho bem quentinho e nos enfiamos embaixo dos cobertores, fingindo estar num inverninho legal da Serra ( fajuto...pq era o A/C se fazendo de minuano caxiense!! )

Na sexta - feira, dia 11, não sabíamos mto o que fazer. Não tínhamos nos informado mto bem a respeito de Goa, mas já que estávamos lááá... Enfim, achamos o mercado da sexta em Mapusa n( pronuncia-se Mápza ) no guia e era isso que íamos fazer. Fomos pra bus stand e pegamos um ônibus pra Mapusa por 8 rupias cada uma. A viagem demorou uns 40 minutos. Descemos na bus stand de lá e nem sabíamos pra onde ir. Entramos em uma loja e perguntamos onde era o mercado.... Justo atrás de onde tínhamos acabado de descer do bus. E então chegamos no Mercado de Mapusa. Como um camelô a céu aberto, banquinhas nas ruas, vendendo de tudo... TUDO MESMO... Peixes no sol, flores, marmelada ( que eles juram que é feito da cana - de -açúcar que SÓ NASCE na Índia!! ) . Foi um festival de cores, cheiros e novidades! Duas mulherzinhas se grudaram em nós e nos seguiram o tempo todo. Repetindo frases do tipo "nossa, que lindas...parecem Barbies" ou forçando a barra com " são estrelas de Bollywood!"
E então elas nos entregaram flores e nos forçaram a visitar a loja delas. De 5 frases, 4 eram " come to my shop, come to my shop!" e como são repetidas no mínimo 3x se tornaram insuportáveis em menos de 10 segundos! Resolvemos ir .. Bom.. a "loja" eram 2 banquinhos na calçada, e uma lona cobrindo um montinho, protegendo as coisas da chuva recém caída por ali. Em menos de 1 minuto já estávamos sentadas, mil cobertas, cobertinhas, cobertores, paninhos e bordados estavam espalhados nos nossos pés e nossos colos. Mostramos nossas carteiras! Estávamos super sem dinheiro e tínhamos adorado tudo o que tinha ali pra vender. Mas depois de uma matemática lógica vimos que não ia dar... E então elas nos venderam dois panos maravilhosos, feitos à mão pela metade do preço, só pelo fato de levar!! E o mochilão véio quase nos 20 kg né! Depois dali, elas nos largaram e então pudemos caminhar sozinhas sem duas indianas nos nossos calcanhares... Mas foi só por 5 minutos. Outra logo nos seguiu e veio atrás.. com a mesma frase clichê da Barbie Teresa. Vê se me erra, pessoa! Que coisa...!
Paramos pra tomar uma água num buteco e não é que ela ficou ali conferindo cada ml que lançavamos pra dentro de nós?!!!! Quase meia hora ali...
E então ela resolveu bater papo...
Pediu onde estava a nossa família e depois de ouvir que viajávamos sozinhas, ela disse nos invejar. Que éramos muito sortudas por poder viajar assim, pq os indianos ( as indianas, ela quis dizer! ) nunca viajam sozinhas, sempre com a família! E pediu nossas idades.. " 20, 24.. e tu?" DEZESSEIS... Ela tinha 16! E o rosto dela não me deixava pensar que ela tinha menos de 30, juro!! Cara de triste, de sofrimento, de sol, de ..de velhice.... e só com 16 anos. Casada, trabalhando num lugar que ela odiava ( o Mercado de Mapusa ) pq se ficasse em casa, brigava com o marido desempregado. E saia ás 6. E voltava ás 00:00. E tinha que cozinhar. E nos obrigou a ver a loja dela tb. O caso é que.. gente.. NÃO TEM MAIS DINHEIRO!!!! Não tínhamos como comprar nada, nem por gostar, nem por caridade! Simplesmente : Sem chances de negociação. E fomos assim mesmo ver o muquifinho, digo, lojinha, dela. Ela abriu mil bordados, cobertores e panos e falamos : " No money, no money!" E então vem toda aquela amizade né.." ah, me diz o nome do teu hotel, que eu vou lá com vocês, pegar o dinheiro!" Filhinha...acho que não né.. "Ah, vamos no ATM sacar dinheiro!" Filhinha...não. "Então voltem amanhã!" ISSO, ISSO MESMO! AMANHÃ! Era a nossa chance de nos livrarmos daquela situação super inconveniente e desconfortável e então dissemos que sim, que Mapusa estava nos nossos planos de sábado. E ela disse, estendendo a mão " Promisse? " Puts... PROMESSA?! Q isso, meu bem?! " Ah, pq todos prometem, mas ninguém volta.. todo mundo diz a mesma coisa, mas ninguém volta, e vocês prometeram, né?" E nisso o meu mundo parou! De pena e raiva... Por ela ter enchido os olhos de lágrimas e ser mais verdadeiro que eu chorando ( porra..e olha que eu choro hein!? ) E ter feito aquela cena... e eu não saber onde me enfiar por ter apertado a mão dela, prometendo uma coisa que eu sabia que não iria cumprir, só pra me livrar da situação. Bad karma... bad karma!!! Meio chateadas catamos um lugar pra trocar dinheiro ( putz, e foi difícil hein?! ). Milhões de adesivos WESTERN UNION pela cidade e quando entrávamos no lugar "hm... no no.. no possible!" Então me explica pq cargas d´agua vocês tem adesivo da Western! Tão colecionando, pombas?!!!! Brigamos em no mínimo 3 lugares..
Voltamos pra Panjin e caminhando, na rua, simplesmente uma super chuva se armou. Torrencial , do tipo " hey girls!" , ela veio e se foi! Essa é a gracinha das monções.

quinta-feira, julho 13, 2006

Agra - Taj Mahal

Nem dormimos direito naquela noite...o calor da casa da Marie era ainda insuportavel!
Saimos as 5 da manha, de taxi que haviamos chamado na noite anterior. Nosso trem era as 6 :05... e quando ele veio...quase choramos! Lindo, limpo, rapido e diferente de TODOS os trens que eu jamais vi na India! Fazia 150 km por hora e tinha muuuitos brancos nele indo pra Agra conosco Iupiii
Eram soh 2 horas de viagem, mas do nada surgem bandeijinhas de biscoito, termicas, chazinhos... E depois, almocinho...! Coisa liiiinda!

Chegamos em Agra e rumamos pro Taj Mahal, de taxi. O motora puxou um caderninho e disse que tinha muitos amigos pelo mundo... pediu pra assinarmos tb no livretinho dele! Era um fareweell book mais cheio de assinaturas que o meu hahah

E entao chegamos no complexo do Taj Mahal.
Na nossa frente....aquilo tudo... uma das 7 maravilhas do mundo, tao grande, tao lindo, tao...tao..! Parecia de papel, cenario de novela, e era real...e nos estavamos ali.. a menos de 500 m. Aquela foto que sempre viamos nos livros de historia, o monumento do amor, do tipo " uau...nunca vou pra lah!" Eh...NOS FOMOS!
Minha irma ligando e desligando a maquina, trocando as pilhas, e conversando consigo mesma.. e eu ali... parada, soh olhando. Uma emocao tao grande me fez chorar... era tao lindo que eu nem acreditava que estava ali! Perfeito!!! Mil poses, mil fotos, mil angulos...

Enquanto andavamos pelos jardins para chegar mais pertinho, comecava a saga do NO PHOTOS! Era incrivel como os indianos, pagando miseras 20 rupias pra entrar, conseguiam estar na frente do TAJ MAHAL e pedir pra tirar foto com a gente... Eles vinham correndo, juro...CORRENDO, atravessando multidoes pedindo fotos.. Pessoas que eles nunca viram, nunca mais vao ver e nem nossos nomes sabiam... Um saaaaaaaaaaaaaco! Nao aguentavamos mais.. Soh queriamos ficar quietinhas olhando, "sentindo a vibe ". E isso que nos, os branquelos, temos que pagar 750 rupias!
Quase matamos um seek do coracao... depois da pergunta basica " Which country?" sem querer, sem se olhar, eu e minha irma respondemos juntas " Paquistan..."
E ele trocou de cor varias vezes...tive a impressao de estar vendo uma caixinha de lapis de cor tamanho familia na minha frente! "No... it's no possible!!!" E entao tive um amor imenso pelo Paquistao...quis, ali naquele instante "defender a patria" ( mais pra fazer aquele porco sumir! ). E nao eh que funcionou? Ele saiu rapidinho... Logo depois um japa veio todo simpatico pedir pra eu tirar foto dele e dos amiguinhos dele, me deu a mao e agradeceu todo sorridente ( japa, neh! )
Depois do Taj ( rolou ateh um " Tchaaau Taaaaj!" na saida! ) fomos ao Agra Fort. Demos uma caminhada imensa lah, mas nao estavamos nos localizando bem e o sol tinha nos dado um torraco violeeento! Estavamos tao cansadas ( sem dormir uma noite ) e aquele calor nos miolos! Foi nesse forte que o maharaja que construiu o Taj Mahal foi preso pelos filhos e lah morreu, na torre octogonal mais alta, vendo, de longe o Taj terminar de ser construido pra provar o amor dele por uma das milhoes de esposas que ele tinha. A que ele mais amava e que faleceu no nascimento do decimo quarto filho deles. Na saida do forte, quem chega?! O japa! Como ele viu que estavamos saindo, resolveu poupar o esforco de abrir o guia e veio perguntar que que tinha de bom pra ver ali! hehe

Depois, fomos ao Baby Taj. Uma replica pequenininha do Taj Mahal, igualzinho. De um lugar pra outro os brancos pareciam estar em passeata. Encontravamos as mesmas pessoas em todos os lugares turisticos! E uma suica veio conversar com a gente , pedindo dicas e os lugares mais interessantes pra se conhecer pq ELA VIAJAVA SOZINHA. Rezei baixinho por aquela pobre alma viajando sozinha nessa India maldita. E acho que ela montou um mapa mental na cabeca, depois que ouviu que vinhamos do Brasil " UAU... Such a long trip!" Nem me fale, filhinha, nem me fale!

As 18:55 era nosso trem de volta a Delhi. Nem teve comidinha e o trem nem era tao bom quanto o da ida. Mas dormimos tanto que acho que nem precisava de comida mesmo...Chegamos as 22: 05 em Delhi e eu levei minha irma pra conhecer o restaurante mais TOP TOP de linha ever! ALL AMERICAN DINNER! heheh Sim, quem acompanha o blog jah deve ter visto os sacos de confetes que tenho por esse lugar! A comida eh taaaao boa, o lugar eh taaao fofo e o A/C eh taaao geladinho... opa..! Saimos de lah quase meia noite e fomos pra casa da Marie... Ficamos arrumando nossas coisas ateh as 4 da manha, nem dormimos... Afinal, naquelo forno, que a Marie chama de "minha casa", como iamos dormir?!!!!

domingo, julho 09, 2006

Delhi

Saimos de Dehra Dun de trem para Delhi. Chegamos lah no domingo e catamos um hotel... Alias, Delhi pra catar hotel eh um INFERNO!
Fomos atras de um que o Marcelo recomendou... mas como o de Manali e Rishikesh eram nas alturas ( nao poderiamos esperar nada diferente do "menino - escalador"! ) pensamos que esse tb seria...
O fato eh que fomos em 2 ou 3 hoteis peeeessimos em letras garrafais, recomendados pelo Lonely Planet ( hare, hare, the bible! ) e nada era nem perto do nosso padrao de limpeza e organizacao ( e isso que morando e dando uma de backpackers na India nosso padrao baixou legal! ). Enfim...fomos parar no alojamento de jovens cristas... conhecido como YWCA. Hotelzinho xuxu beleza, A/C, os recepcionistas mto queridos e legais com a gente! Era o paraiso! Perto do Mc, do Subway, do Coffee Day, do KFC..!!! Nhaaamiii heheh
Pedimos comida no quarto, cerveja ( aaah... que que eh uma cervejinha numa casa de cristaos que tomam vinho!? ) pra ver o jogo do Brasil...! ( no dia seguinte os recepcionistas nos olhavam com carinhas de tristes...! )

O calor em Delhi estava INSUPORTAVEL! A umidade estava demais e escorriamos suor..paradas, vendo aquele asfalto quase derretendo, as pessoas com lencinhos e toalhinhas secando o rosto e por fim nos rendemos... comecamos a carregar nossos proprios paninhos e lencinhos para nos secar tambem!
Isso pode parecer nojento aqui, escrito, mas na hora foi engracado...naquele tempo que ficavamos sem ventilador, sem vento, sem cooler ( power cuts! ) e suavamos surrealmente, faziamos campeonato de quem suava mais! hahahahah Se voltassemos pra fazenda sustentavel poderiamos irrigar tranquilamente aquele jardim que ficava na frente dos nossos quartos...!

Visitamos o museu e a casa onde o Gandhi foi assassinado e "refizemos" seus ultimos passos... Muito lindo o jardim da casa e as estatuas, banners e fotos do museu. Tambem vimos a historia atraves dos anos contada por bonequinhos, suuuuper bem feitinhos. Lindo, lindo.

Segunda - feira vimos a Mari e a Tia Carmem partir... Apesar de sermos brasileiras e nao morarmos tao longe ( e tb sabermos que iamos nos encontrar no sul, em Kerala ) foi uma despedida com direito a chorinhos e "se cuidem!"
Na terca, foi a vez da Pati, que nos deixou...
Mais chorinhos...

E tambem em Delhi aproveitamos pra rever a Marie, a MC, minha ex coleguinha de quarto em Jaipur. Ela agora mora lah com o namorado. Ficamos 3 noites na casa dela. Um calor...um calor...UM PUTA CALOOOOR! Apesar de ventiladores e cooler...a pedra era quente, o colchao era quente, o banho... ai..! Chegavamos em casa locas pra lavar o rosto na pia do banheiro e a agua vinha fervente dos canos que passavam o dia torrando no sol! E power cuts... muitos...! De uma hora... !

O fato eh que em Delhi aconteceu uma coisa que sabiamos que acontecia muito, mas nos achavamos espertas demais e nunca esperavamos que fosse justo com a gente!
Aqui comeca O CONTO DO RICKSHAW!
Fomos pra estacao, segunda - feira, na esperanca de comprar nossos tickets pra Agra, pra ver o Taj Mahal. Na entrada, um seek nos viu e veio... reto e certeiro nas brancas. Nosso certificado de "mais perdida que cego em tiroteiro" era o Lonely Planet ( hare, hare..! ) nas maos! Ele veio, dizendo que sabia nos ajudar, pedindo pra onde iamos e tals e tals... Depois de riscar meu Lonely Planet ( EU ODEIO QUEM RISCA MEUS LIVROS! ) dizendo que estavamos no lugar errado e nos mandar pra outro lugar do governo pra comprar a passagem ele arrumou facinho facinho um rickshaw por 10 rupias. Atravessamos a cidade..e eu, pensando alto " nossa gurias, que estranho, neh?! vai dar soh 10 rupias?! como andamos bastante...!" e ficou por isso..
Chegamos lah...o cara da "agencia" se fez de engracadinho soltando piadinhas e tb ouviu outras ( talvez nao tenha entendido...pq elas foram em portugues! ) . Disse que esse trem era impossivel, que tava cheio e nos ofereceu onibus de turismo por montes de rupias! Dissemos que nao e saimos dali. Um bom samarit...opa, um indiano na rua "viu a cena" das brancas e resolveu "ajudar", dizendo que tinha um lugar mto melhor pra nos indicar. Fomos no tal lugar, por mais 10 miseras rupias e no caminho nos demos conta! PARA TUDO! ISSO EH A MAFIA DO RICKSHAAAAAW! Paramos na frente da "agencia do governo" e vimos que tava tudo mal explicado! E isso se confirmou quando vimos uma mulher, saindo correndo da tal agencia em direcao ao rickshaw, quando nos viu discutindo com o motora... afinal, "as branquinhas burrinhas" tinham descoberto a farsa! Se comprassemos o onibus de turismo, uma gorda comissao seria dividida entre o motora, o seek da estacao, o vendedor da agencia e o samarindiano da rua... QUEIMEM TODOS NO INFERNO!
Voltamos pro hotel com o mesmo motorista e na hora de pagar ( afinal somos honestas! ) as 3 falaram pra ele que aquilo nao era justo e ele entendeu que tinhamos sacado a jogada! A pati virou as costas deixando ele com peso na consciencia " bad karma... bad karma!" hehehe

Saldo do dia : Ficamos sem passagens! :(
Na terca voltamos lah e compramos nossas preciosas idas ao Taj Mahal.. e quando vi o seek de novo quase chutei as canelas dele... afinal ele desviou TOTAL o caminho quando nos viu tambem...

domingo, julho 02, 2006

Dehra Dun

Uma super chuva recomecou no meio da noite, enquanto viajavamos de bus. E depois parou... e recomecou de novo... bem na hora que descemos NO MEIO DA RUA em Chantigar e tivemos que andar...a pe, com mochilao nas costas, chovendo como naquelas tempestades das novelas da Globo, ateh a rodoviaria.... Why God, whyyyy?!!!! Nos molhamos muito ateh chegar lah e isso que eram 5 da manha!
Compramos nossas passagens para Dehra Dun e embarcamos as 6 da manha. Enfiamos nossas mochilas dentro do onibus, ocupando mil lugares fazendo muitos indianos olharem torto pra gente! Estavamos tao sujas, tao cansadas...tao... MOLHADAS..e ainda tinhamos mais 6 horas de viagem! Chegamos em Dehra Dun.. mais chuva! Catamos um taxi pra uma fazenda sustentavel que a Mari e a Tia Carmem ( a mae da Mari ) queriam muito visitar. Mais uma hora de viagem ateh chegarmos lah. A fazenda - Bija Vidyapeeth - era bem bonitinha... tudo sustentavel, energia solar, as 3 pias da cozinha separadas por numeros e cada agua era reaproveitada de uma maneira para a plantacao. O sabao, feito de uma substancia de uma planta que nao irritava as maos e era biodegradavel. Os quartos com nomes de rios indianos ( eu, minha mana e a pati ficamos no GANGA hehehe - vulgo GANGES! - ) . Almocamos no refeitorio, e lavamos nossas proprias loucinhas. Comida indiana...claro! Colocamos todas as nossas roupas pra fora, pra secar em quase todos os lugares com sol da fazenda. Tb neh...depois da chuvarada!! Tomamos um banhinho e descansamos pras 16 estarmos prontas pro passeio na fazenda, pra conhecer todo o sistema de sustentabilidade. O caso eh que estavamos TAO cansadas que ateh levantamos pra ir, mas andamos uns 2 minutos e voltamos pro quarto pra dormir de novo! Soh as Bussacos ( a Mari e a Tia Carmem ) continuaram hehe A janta foi mais ou menos como o almoco..dal, chapati, e uma agua que achamos que era meio diuretica. Ninguem, nesses quase 5 meses de India foi tanto no banheiro como nesse dia que passamos. E isso que foram uns 2 copos de agua por refeicao e mil visitas ao banheiro ( fora do quarto ) no meio da noite! heheheh

Piadas da vez :
" Ai, dal, dal... nao aguento mais comer dal! Tou com SINDROME DE DAL!" ( Caroline Dal Ponte )
" Dal no almoco, dal no jantar. Dal tah virando...produto alimentar!" ( Patricia Cuozzo )

P.S. : dal eh uma comida indiana feita de lentilha...apimentada, claro. Pode ser meio vermelho, meio amarelado ou meio verde. O caso eh que essa "tricomia" nao agradou nem minha irma nem a Pati... por isso as piadinhas sairam assim, tao facinhas!

sexta-feira, junho 30, 2006

Manali

Saimos as 8 :30 da manha de Dharamsala para Manali e chegamos as 5 da manha em uma rodoviaria muito estranha. Chovia mto e resolvemos pegar um rickshaw que nos levaria ao hotel indicado pelo Marcelo em Vashish ( uma vilazinha no alto do morro ). O rickshaw parou e olhamos pra cima...uma super escadaria pra subirmos ateh o hotel e as mochilas pesadas e molhadas nas costas! Ui!
A vista do quarto era MARAVILHOSA. Parecia que nem estavamos na India.... Montanhas, friozinho, neblina,...!
Estavamos tao cansadas que pedimos cafe no quarto....que fooome! Meu cappuccino com canela em cima tava lindo...ateh eu tomar um gole e sentir uma coisa "granulada" dentro...Puts! Uma mosca morta.... e nao era uma soh...meu cafe tava minado delas!!!! EEEECA!

Fomos pra Old Manali de ricksaw, depois do cafe, do banho e de um descanso.... Restaurante perfeito pra almocar, massas lindas pra escolher...E lah estava ela de novo...uma mosca morta na minha Pasta a Carbonara! AAAAAAAAAAAH de novo eu!?

No dia seguinte, dia 27, vimos a neblina da colina demorar pra subir...tinha chovido mto na noite anterior e o friozinho tava pegando geral! Saimos de manha pra visitar uma gompa ( mais conhecida entre eu e minha irma, as piadistas natas, como GUAMPA! soh a gente dava risada! )
Eh tipo um complexo de monasterio budista.. e dentro do "principal": um super Buda gigantesco, dourado, lindo! Do lado de fora, aquelas "rodas de oracao", com o mantra OM MANI PADME HUN ( mais ou menos : "Que Deus lance e espalhe a paz na Terra ).
Paramos num cafe maravilhoso com uma comida mtooo boa e na saida, milhoes de menininhas vieram nos pedir dinheiro. Como sempre, as piadistas e suas gracinhas : Enquanto as meninas pediam dinheiro, nos pediamos de volta, imitando elas... Eh mto estranho falar em hindi.. opa, MENDIGAR EM HINDI. Elas ficaram super sem reacao...e foram saindo da nossa volta. Uma delas, com uma carinha MTOOO lindinha, parou do meu lado e veio pedindo dinheiro. Olhei pra ela e fiz a mesma coisa, pedindo dinheiro tb...e fiz com a mao, falando com ela "5 rupias... 5 rupias...!" Ela parou...abriu a maozinha que carregava algumas moedinhas e me deu 5 rupias..sorrindo... do tipo "acabei de dar esmola pra uma branca que acha que fala hindi! "
Olhei pra ela incredula..jamais esperava aquilo e devolvi, OBVIO, o dinheiro dela... E ela resistiu pra pegar de volta..acreditam nisso?! Aquilo foi mto fofo da parte dela... guardei com carinho em algum cantinho da memoria!

Pegamos o bus pra Chantigar pra trocar e pegar outro pra ir pra Dehra Dun.
Nesse meio tempo, entre uma parada e outra da viagem uma indiana me para no banheiro e eu, com aquela cara amassada de mil horas de bus, suor, sujeira, e POUQUISSIMOS AMIGOS, tive que ouvir que parecia com uma estrela de Bollywood!
Cruzes....!!!!

domingo, junho 25, 2006

Mc Leod Ganj

Bom, como eu disse no post anterior, as aventuras de Mc Leod comecam aqui......
Chegamos na quinta - feira aqui, dia 22 de Junho.
Aquele friozinho de Caxias, montanhas e neblininha. A cidade eh linda....!
No momento estah cheia de gringos, que vieram ver o Holiness Dalai Lama ( EU VI O CAAAARA PESSOAL! ) Milhoes de tipos estranhos com dreads, criancas, maltrapilhos e sacolas... tudo que eh parte do mundo, tudo que eh lingua... Pra ver o Dalai Lama!

Mc Leod Ganj eh uma cidade beeem no norte, onde moram mtos tibetanos, refugiados do Tibet por causa da invasao chinesa em 1949. Pessoas que moram aqui ha 30, 40 anos, vivendo do comercio nas ruas.. pratas, bolsas, mantas...
Sao todos simpaticos, todos mto queridos e nada perto do egocentrismo e ma educacao dos indianos! Quero colocar todos eles em chaveiros e guardar no bolso, levando de presente pros amigos! Fofura total! Lindos... lindos...lindos! Andando pela cidade com aqueles "tercos" budistas, passando o dedo, bolinha por bolinha, rezando e entoando mantras... No momento tenho um no pescoco, que ando usando como colar e talvez os lamas se revirem nas covas quando souberem!
As tibetanas, com a sua roupinha tipica...vestidinho decote V, maguinhas curtas. Uma camisa super trabalhada por baixo e um avental listrado. Sorridentes, educadas, especiais!
Os velhinhos tibetanos ... simpaticos, atenciosos... E os monges?! Andando por toda a cidade com aquelas togas vermelhas e amarelas...e sao carequinhas!

Por toda a cidade lemos cartazes do tipo CHINA, GET OUT OF TIBET e nas lojas WE DON'T SEEL PRODUCTS FROM CHINA. Eh mto triste saber que os chineses entraram lah e destruiram com tudo... visitamos um museu com depoimentos, fotos e banners ... chocante!!! Eh triste demais! Adesivos FREE TIBET, camisetas SAVE TIBET... mesmo assim, os refugiados que estao aqui, vivendo na India, parece que nao perderam a alegria de viver!
Tb tem espalhados pela cidade uns posters, outdoors e placas, avisando sobre o rapto do tibetano que seria a reencarnacao do lama e que seria o proximo Dalai, o 15 a ocupar o cargo.
Os chineses raptaram ele, tentando assim, mais uma vez, destruir a religiao do Tibet...
Pode isso!???!! Muita coisa historica e geografica pra aprender...
Muita cultura pra ser vista...
Muita coisa pra escrever no caderninho!

Saimos do Hinduismo, fomos pro Seekismo e agora estamos no Budismo. Serah que vou ter uma crise identidade?!

Hoje deixamos pra tras essa cultura que nem parece estar dentro da India e rumamos pra Manali..comecando a nossa descida em direcao ao sul. Vamos de novo testar nossa paciencia com os indianos. Nao que eles nao existam aqui em Mc Leod Ganj, mas que sao minoria...sao sim!! Ainda bem! :)

Nao pensei que ia apoiar a causa, mas jah comprei a minha camisetinha e os meus adesivos!!!

Super beijo
:*

sábado, junho 24, 2006

Backpackers!

Oi pessoas
Demorei pra escrever...mas ca estou eu!
Dia 17, sabado,minha mana chegou em Jaipur. Comecou a viver esse caos, essa coisa, esse tudo...!
Terca, dia 20, deixamos para traz Jaipur...e talvez o caos de lah tenha vindo junto, ou tenhamos encontrado outro... Mas ser backpacker na India eh DOSE! hehehe
Pegamos um trem de Jaipur pra Amritsar de noite, dando tchau pros amigos. Choros, abracos e promessas talvez nunca cumpridas de " vou te visitar"
18 horas de trem e o indiano que sentou com as 5 brasileiras no trem quis cortar os pulsos varias vezes com certeza! conversamos e rimos MUITAS das 18 horas e ele encheu o saco... ligou musiquinhas de celular, batucava os aneis em qualquer parte de metal que achava e cantava...alto... rindo com a gente das piadas que faziamos ( quase todas sobre ele!) achando que tava participando da coisa!
Chegamos em Amritsar e fomos pro alojamento de estrangeiros no GOLDEN TEMPLE. O chuveiro nao era chuveiro era torneira, num cubiculo que jorrava agua pra fora... molhando o chao da cama que tava vem na frente da porta.
Fomos visitar o templo...todo de ouro, por dentro e por fora. A cidade dos seeks ( os amigos de turbante ). Cobrimos a cabeca com mantos ( bem, a Mari cobriu com uma toalha, fazendo talvez a fantasia mais legitima de HOLANDESA COM A CESTA DE TULIPAS que eu jah vi na vida - aguardem fotos! - ) e tiramos os sapatos. Caminhamos aquele lugar todo, de marmore branco, meio muculmano, meio hindu, meio seek. Vimos o cerimonial de fechamento do livro sagrado e o templo lotado...pessoas rezando, entrando em extase...! Impressionante!
A curiosidade era tanta que, sentadas na frente do templo, descansando, chamamos dois jovens seeks e pedimos infos da religiao deles. Em poucos minutos milhoes de pessoas de juntaram ao redor das brancas... e um velhinho, querendo empurrar o seekismo goela abaixo, veio ali tb. Os guardas, em pouco tempo, tiraram ele dali a socos e tapas. Achamos que era mta emocao pra uma noite so e resolvemos sair dali. Mas ele contou que "nos" vemos o livro sagrado..."eles" veem os gurus...os 10 que escreveram o livro. ( depois me diz que o seekismo proibe drogas e alcool...aham! hehehehe )
Fomos pro dormitorio e um ratinho nos esperava, faceiro, lah no nosso quarto!
Parabens pra Pati, que passou o aniver, 21 /06, no templooooo :)

Fomos pra Phatankok de bus.. de lah pra Dharamsala e de lah pra Mc Leod Ganj ( de onde vos escrevo! ) Mochilas no teto do bus ( do lado de fora ) indianos nojentos brigando pra sentar, estradas estreitas, calor...
Chegamos em Mc Leod, num hotelzinho limpinho pros padroes indianos e vamos gravar a nova versao de"ERAMOS 6 ". Eu, minha irma, a pati, a mari, a mae dela e ao marcelo. Colonia brasileira em Mc Leod.

No proximo post : as aventuras de Mc Leod Ganj :)
Aguardem

BEIJOS

quarta-feira, junho 14, 2006

Brasil... lala la la la lalalaaa Brasiiiil... Braasiiil

E comecaaaaa a Copa do Mundo 2006!
Nao temos as ruas pintadas de verde e amarelo, fitinhas nas casas, pessoas de camisetas nas ruas, espirito de Copa...

Temos CRICKET, CRICKET, CRICKET!
Credo! Como sao viciados nesse jogo cretino! E eh sempre a mesma coisa... ainda falavamos ontem... quando se liga a tv e tem jogo junta 15 mil indianos vibrando por aquela coisa que parece ser uma confusao de regras, pessoas...!Ui...
Sou mais o futebol! E brasileiro...eh claro!

Dia 09 teve a abertura da Copa e o primeiro jogo.Tinhamos onibus e hora marcada pra sair daqui de Jaipur e irmos pra uma festa +- distante do centro... Detalhe que como estamos na India : O MOTORISTA SE PERDEU!
Vimos metade do jogo da Alemanha dentro da piscina, com luzes, telao, dj, bebida! Mtoooo legal!

Ontem vimos BRASIL X CROACIA num cafe aqui perto de casa. Tivemos que ter certeza que eles tinham autorizacao pra ficarem abertos ateh tao tarde pq ninguem se moveria pra casa no meio do jogo caso alguem viesse reclamar!
Bom, na verdade vieram... e nosso coracao parou de bater por uns 2 segundos! Mas nao aconteceu nada e o jogo "fluiu" legal! heheh
Distribuimos apitos, bandeirinhas, coisinhas verde e amarelas e gritos, conversas em portugues e palavroes!!!hehehe ( jogo sem palavrao nao eh jogo! )
Poloneses, indianos, italianos, sul africanos, belgas, japoneses, alemaes ( e uma misera croata, usando havaianas e camiseta oficial do Brasil, comendo doce de amendoim vindo direto daquele pais que, ali na tv, tinha o dever de massacrar a patria dela!) .... todos unidos pela mesma causa ! Tomamos conta dos sofazinhos do lugar e penduramos bandeirinhas! Eramos agora uma pequena colonia brasileira no meio da India! Unidos pelo Brasil! Cantamos ateh o hino! :)
Que vontade de tomar Guarana e comer pipoca vendo o jogo na sala de casa! Vendo o pais todo parar suas vidas, sentar na frente da tv e comemorar!!! Conversando e discutindo o desempenho so no intervalo...
Aqui, no intervalo do jogo eles trocaram o canal! Queriam ver cricket! Ai Lord Shiva!!!

Entaaaao... esperamos pelo proximo jogo... tah todo mundo torcendo aqui na India pelo Brasil!
Nao se fala muito em futebol...mas quando falam, eh aquele tal de " Ronaldiiino " pra cah... "Ronaldiiino" pra lah!

quinta-feira, junho 08, 2006

"Cabou-se o que era doce..."

Dia 16 de Junho de 2006, sexta- feira, termino meu traineeship na Neerja International Inc. Esta chegando uma nova trainee da Polonia e eu sou a encarregada de mostrar tudo pra ela... os 2 escritorios, as pessoas, os computadores, os projetos e algo mais que "venha a calhar".
Ainda lembro daquela segunda - feira, 20 de Marco...me arrumei com o meu portfolio de Moda para a entrevista na empresa de Blue Pottery! Enquanto o nervosismo do momento tomava conta, tambem vinha o nervosismo e a gana de esmagar o pescoco do rickshaw driver por me fazer ligar pro Apurv a cada dez segundos porque ele se perdia no caminho!
Aquele cara ( o meu entao futuro chefe ) olhando mais atento o meu portfolio com "figurinhas" do Sao Paulo Fashion Week do que o Sir-Mister-Mister-Todo-Poderoso-Hero e sua empresa copiadora de moda europeia Hero's Fashion ( pela qual eu vim supostamente CRIAR ). Mesmo ouvindo do Apurv que nada daquilo adiantava ou me ajudava com relacao a empresa,ele me aceitou. E entao, dia 23 de Marco eu comecei a trabalhar. Comecei nessa empresa familiar ( como quase todas na India ) com o Apurv e os pais dele de chefes que me apoiaram mesmo sabendo dos mil problemas que eles poderiam ter com a Aiesec. Me viram rindo, chorando ( !! ) e comemoraram comigo algumas aceitacoes de produtos novos. E agora vou deixando pra tras tudo isso. Nao coloco mais meu despertador todos os dias as 8:40 da manha, me arrumando em 20 minutos e descendo pra cozinha...nao soh pensando no cafe como tambem no almoco que eu tinha que cozinhar e colocar no meu potinho - marmita - laranja. Nao encho mais minha garrafa de agua,colocando ela na geladeira para disputar lugar com as outras que estavam lah a mais tempo e ficar pensando se ela estaria lah ou nao no final do dia...se nao foi colocada fora por engano e misteriosamente aparecer dias depois ...com uma tampa de SPRITE no lugar da tampa original.
Nao vou mais sentir o cheirinho de chai que vinha da cozinha entre 10:30 e 11:00 e 15:30 e 16:00. Era sinal que a tarde jah estava acabando e que em meia hora eu poderia entrar no msn, vendo,perto das 17 ( quase 8:30 da manha no Brasil ), as janelinhas pipocarem na tela... avisando que " nanana has just signed in ". Mais uma vez comprovando porque meu nome esta na comunidade " Sobe Plaquinha, Sobe!" no orkut. Eram as pessoas chegando no trabalho de manha e eu saindo...
Nao vou mais sentar naquela almofadinha no chao, rodeada de potes,potinhos, sacos plasticos e ferramentas. Tambem nao vou ouvir aquele "excuse me.. " e aquela mao esticada do Ravi, o guri de 18 anos que trabalha comigo,me mostrando alguma coisa que tinha acabado de fazer.
Nao vou ver mais o rato que mora aqui, resolvendo aparecer justo quando eu tava ali sentada na almofada ( hm..nao que eu va sentir saudades daquela bola nojenta de pelos que atravessava a loja correndo, se enfiando no meio dos sacos de micangas... !)
Nao vou mais receber oi e 20 pares de olhos em cima de mim das mulherzinhas que trabalham aqui. No inicio elas pensavam que os menos de 15 passos que separavam a mesa coletiva de trabalho e o show room era tempo suficiente para eu fazer a limpa na cestinha que eu carregava os beads. Agora elas falam em hindi comigo, mesmo depois de eu repetir 5x " nahi hindi!!! ". E o "jeito desajeitado" que eu tinha de dar oi juntando as maos, tentando fazer um "Namaste" bonitinho com a garrafa de agua na mao ao mesmo tempo, quando ia lah fora buscar agua no filtro. Tambem nao vou mais almocar olhando pra um quadro pintado em 7/7/77 pendurado na cozinha, e pelo qual eu fingia me interessar quando almocava com os pais do Apurv e ficava sem graca as vezes. Nao vou mais ouvir um velhinho que trabalhava aqui do lado, gritando pro que trabalhava na sala da frente...soh pq ele nunca fazia nada sozinho. Me tirava do serio pensar pq diabos uma pessoa teria o nome de TENDER, sendo que isso tah sempre morto na mesa do Natal!

Eles tambem nao vao mais ver a branquela porno que quando era mto calor vinha de cabelo preso e blusa de alcinha trabalhar... ( que abuuuso! ) A mesma que tinha um piercing no umbigo e escandalizou a empresa quando mostrou ele. A mesma que talvez conte tudo isso pros netos, comecando com " Quando a vo morava na India... " e tentando lembrar do rostinho dessas pessoas tao especiais e tao estranhas ao mesmo tempo.
Esses 2 meses e 22 dias talvez eu lembre... talvez eu esqueca!
Mas por via das duvidas, deixei registrado aqui!


Por mim...
Pra mim...
E tambem pra voces! :)