segunda-feira, agosto 07, 2006

Jaipur

15/07
Acordamos ás 6:30 da manhã e descemos pro check - out . O café começava só as 7 e mesmo assim conseguimos comer algumas torradas, o chai clássico e sucrilhos.
Precisávamos pegar o ônibus ás 8 e catamos um rickshaw desesperadamente na rua. Aquela hora da manhã foi praticamente impossível. Os táxis na frente do hotel achavam que éramos otárias e aceitaríamos pagar as 200 rúpias pra andar 20 minutos, no máximo, até a Bikaner House ( de onde partem os ônibus para Jaipur e mais ou menos para todo o Rajastão ). Enfim apareceu um rickshaw... por 60 rupias estávamos indo pra bus stand tranquilamente.
Foram 5 horas e meia de ônibus até Jaipur, com uma criança insuportável chorando e aprendendo as primeiras palavrinhas no ônibus! Que mágico, não!?
Tivemos que ir de ônibus porque estávamos com medo dos trens... Não importava se as explosões tinham sido em Mumbai. Já estive em Delhi e já tinha visto outras explosões ali...e não me importava passar 5 horas e 30 num ônibus. Era mais seguro.

Chegamos em Jaipur ás 13:30. Eu já nem sabia mais o que se passava dentro de mim. Uma irritação enorme por não ter conseguido dormir direito com aquele diabo de criança choramingando e por saber que logo desceria do conforto do ônibus com a/c pro caos da rua. E a coisa que mais me tirava do sério era saber que eu estava voltando pra Jaipur. Era um incômodo tão grande...como estar voltando pro começo, pro início...e ter que passar por tudo que eu já tinha passado.. de novo! Como, naquela hora, eu odiaaaaava Jaipur com todas as minhas forças!
Tudo bem....respira, inspira, expira, ooooommmmmm!!! Assim que te insinaram na yôga!

Pegamos um rickshaw pra casa do meu ex-chefe. Ficaríamos hospedadas lá até segunda - feira, quando estaríamos deixando a Índia de vez. Eu sabia exatamente o caminho... era perto do escritório que eu tinha ido umas 2 ou 3 vezes, mas ainda assim, eu sabia o caminho. Mas ele não acreditava em mim...e se perdeu.. Várias vezes!
Paramos então no escritório e o Manish, que eu vi na vida 3 vezes e uma delas foi pq ele me viu na rua ( credo! ) veio me dar oi. Cheio de conversinhas e eu só pedindo favores! "Desce lá e explica onde é a casa do Apurv pro motora, que tu fala hindi ! "
Sim, ele desceu e ele explicou... E sim...o motora se perdeu. Acabei guiando essa pessoa .. e acabamos chegando lá. Eu fico feliz com as barreiras territoriais rompidas ás vezes... Ele entendeu a palavra BURRO ( pq foram ditas tantas vezes ). Era a única pessoa de sangue indiano que eu conhecia que sabia onde ficava o Brasil e mais : falou mil nomes de cidades que acho que eu nem conhecia!!!! É, ele sabia português! As bizarrices na Índia são tantas... tantas! Quase nem acredito em cada uma delas...

Chegamos na casa do meu ex - chefe e a mãe dele, a minha tb ex - chefe nos recebeu. Super querida, nos ajudou a nos instalarmos, ofereceu chá, café e o que mais tivesse ali. Olhei praquele quarto e um deja vu me ocorreu. Eu tinha estado ali, há mttttooos tempos atrás, escondida, com vários outros trainees numa festinha oferecida pelo meu ex - chefe quando os pais dele não estavam em casa. Aquele quarto, que é fora da casa, de frente pro jardim tinha nos "oferecido" seu banheiro, depois de muitas cubinhas e risadas... bêbado falando inglês era foda. Naquela noite eu conheci uma das minhas melhores amigas na Índia.. A Gabi, brasileira também!

Jogamos nossas coisas lá no quarto e saímos de novo, pra Jet Airways de Jaipuir, checar nossas reservas de segunda - feira. Tudo certo... almocinho na Pizza Hut. O garçom achou que era nosso amigo e veio elogiando o pingente de Shiva que eu carregava no pescoço. "Ah...Lord Shiva!" Vai se catar e traz a minha pizza!!!
Quando vimos a conta... um recadinho do tipo "adorei servir vocês" estampava nosso recibo. Ai Deus...! E a caneta que ele mandou junto...esperando uma resposta. Pra matar, né?! Ninguém sorriu pra ele uma só vez, ou sequer insinuou alguma coisa. Fomos, mto pelo contrário, super grossas. Falando o mínimo possível. E AINDA ASSIM ele achou que era bonito e simpático o suficiente pra nos mandar recadinho. Viemos pela pizza filhinho, não por você!

Saímos em direção á Pink City. Meu nervosismo aumentou consideravelmente. Eu sabia que ia ser um stress do cão, mas as compras de última hora falavam - GRITAVAM - dentro de nós.

Ficamos pouco tempo lá... só umas comprinhas básicas.
Ligamos pra casa de um butequinho e compramos coca e lays pra nossa janta.
Dormimos com o barulhinho do a/c.

Um comentário:

Anônimo disse...

Thay, td. bem?
Sempre leio o seu blog, desde o início da sua India, em fevereiro.
Acho que a sua paciencia já está chegando ao fim nesse paìs. Voce escreve muito bem, é bem engraçada para contar as coisas, eu já estive na India incluindo alguns dias em Jaipur.Só sinto que durante todo este tempo voce tenha sido tão "grosseira" e indiferente com os indianos( os homens-os motoristas, os garçons etc.. )Qdo estive na India eu conversei com eles nos trens, restaurantes, bares etc... acredite nenhum me mordeu....eles só querem falar com alguém de outro país ! Não são uns bichos que se precise abominar. Tenho a impressão que no RS- Brasil, homem nem olha prá mulher e voce estranhou...Estou falando isso pq já vi outra gaúcha detestar os indianos !!! Aliás, homem besta é brasileiro, tudo metido a gostoso, na India falta mulher, já no nosso amado Brasil, falta e os que ainda gostam de mulher se acham !!!!